quinta-feira, 19 de julho de 2018

SARAMPO NO BRASIL ALERTA GERAL



      Devido ao surto de sarampo que está acontecendo em vários estados brasileiros, principalmente no Amazonas e Roraima, a recomendação oficial é atualizar a carteira de vacinação para prevenir a doença. Essa orientação serve não só para as crianças, como também adolescentes e adultos, evitando a circulação do vírus no país. Em 2018, a Campanha Nacional de Vacinação contra o sarampo e a poliomielite ocorrerá de 6 a 31 de agosto em todo o país. Durante esse período, os postos de saúde da rede pública oferecerão as doses gratuitamente.

       O objetivo da campanha contra o sarampo e a poliomielite é captar crianças ainda não vacinadas ou que não obtiveram resposta imunológica satisfatória à vacinação, minimizando o risco de adoecimento dessas crianças e, consequentemente, reduzindo ou eliminando os bolsões de não vacinados. O ‘Dia D’ de vacinação será realizado em 18 de agosto. 

Orientações

       As Américas tinham recebido uma declaração do Comitê Internacional de Especialistas como livre da rubéola e da síndrome da rubéola congênita, em 2015, e do sarampo, em 2016. Porém, nos últimos anos, a cobertura vacinal vem diminuindo, voltando, assim, a apresentar novos casos nos últimos meses. Em 2017, a cobertura alcançou somente 83% do público-alvo (primeira dose) e 71% (segunda dose), sendo que a meta era de 95%.

       Dos três vírus combatidos pela vacina tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola), o sarampo é considerado o mais perigoso. Segundo a recomendação oficial, por ser de alto contágio, é preciso que pelo menos 95% das pessoas tenham sido vacinadas no Brasil para que o sarampo não se espalhe. Caso contrário, basta ter uma única pessoa não vacinada em uma cidade para que o vírus trazido por um infectado consiga chegar a ela. 

       A primeira dose da vacina tríplice viral deve ser ministrada aos 12 meses de idade. Aos 15 meses, uma dose da vacina tetraviral (sarampo, caxumba, rubéola e varicela), que corresponde à segunda dose da vacina tríplice e uma dose da varicela. Caso haja atraso na vacinação, crianças até quatro anos de idade ainda poderão receber a vacina com o componente varicela. A partir de cinco até os 29 anos de idade, deverão ser administradas duas doses com a vacina tríplice viral. Pessoas de 30 a 49 anos de idade devem receber uma dose. 

       Casos suspeitos de sarampo, gestantes, crianças menores de 6 meses de idade e imunocomprometidos não devem receber a vacina. A gestante deve esperar para ser vacinada após o parto. Quem está planejando engravidar, deve primeiramente colocar a vacinação em dia e aguardar pelo menos um mês após a última dose. As pessoas devem estar com a caderneta de vacinação completa de acordo com o recomendado pelo Programa Nacional de Imunizações. No entanto, quem já teve a doença está imune.

       Entre uma dose e outra, é preciso fazer um intervalo de pelo menos um mês em qualquer faixa etária. Não é possível tomar no mesmo dia a tríplice viral e a vacina de febre amarela. Entre uma dose e outra, é preciso fazer um intervalo de pelo menos um mês também. Ao administrar a vacina tríplice viral, é preciso ter precaução para pessoas com alergia a ovo e proteína do leite, componentes do imunizante. Nestes casos, o médico deve ser consultado.

Casos no Brasil e no mundo

       Entre 1º de janeiro e 23 de maio de 2018, foram registrados 995 casos de sarampo no país (sendo 611 no Amazonas e 384 em Roraima), incluindo duas mortes, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

      A terceira morte foi confirmada recentemente: um bebê de sete meses faleceu em Manaus em 28 de junho depois de apresentar febre, manchas na pele, tosse e coriza. A Secretaria de Saúde local investiga se a morte de uma bebê de nove meses também foi por sarampo. Há casos confirmados em Rondônia, Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul.

       Desde abril de 2018, a OMS emite alerta sobre a volta do sarampo em onze países das Américas: Brasil, Argentina, Equador, Canadá, Estados Unidos, Guatemala, México, Peru, Antígua e Barbuda, Colômbia e Venezuela. E não é só nas Américas – em 2017, a Europa registrou mais de 21 mil casos de sarampo, com 35 mortes, um aumento de quase 400% nos casos em relação ao ano anterior.


O que é o sarampo?

    O sarampo é uma doença infecciosa aguda, viral, transmissível, extremamente contagiosa e muito comum na infância.

Transmissão

       A transmissão ocorre diretamente, de pessoa a pessoa, geralmente por tosse, espirros, fala ou respiração, por isso a facilidade de contágio da doença. Além de secreções respiratórias ou da boca, também é possível se contaminar através da dispersão de gotículas com partículas virais no ar, que podem perdurar por tempo relativamente longo no ambiente, especialmente em locais fechados como escolas e clínicas. A doença é transmitida na fase em que a pessoa apresenta febre alta, mal-estar, coriza, irritação ocular, tosse e falta de apetite e dura até quatro dias após o aparecimento das manchas vermelhas.

Sintomas

      Os sintomas iniciais apresentados pelo doente são: febre acompanhada de tosse persistente, irritação ocular, coriza e congestão nasal e mal estar intenso. Após estes sintomas, há o aparecimento de manchas avermelhadas no rosto, que progridem em direção aos pés, com duração mínima de três dias. São comuns lesões muito dolorosas na boca. A doença pode ser grave, com acometimento do sistema nervoso central e pode complicar com infecções secundárias como pneumonia, podendo levar à morte. As complicações atingem mais gravemente os desnutridos, os recém-nascidos, as gestantes e as pessoas portadoras de imunodeficiências.


Vacinação é essencial para erradicação do sarampo


      A Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) adverte que, diante dos surtos de sarampo nas Américas, os países devem redobrar esforços para vacinar suas populações, fortalecer a vigilância a fim de detectar possíveis pacientes e implementar medidas para responder rapidamente a qualquer caso suspeito. A avaliação foi publicada na última atualização epidemiológica da organização, na sexta-feira (16/3).

      A região foi declarada por um Comitê Internacional de Especialistas como livre da rubéola e da síndrome da rubéola congênita, em 2015, e do sarampo, em 2016. A eliminação dessas três doenças foi o ponto culminante de um esforço de 22 anos que incluiu a vacinação em massa contra o sarampo, a caxumba e a rubéola em todo o continente.

      No entanto, como o vírus do sarampo é altamente contagioso e permanece em circulação no resto do mundo, como o vírus da rubéola, a região corre o risco de surtos dessas doenças.

        Nos primeiros meses de 2018, são nove os países que relataram casos confirmados de sarampo: Antígua e Barbuda (1 caso), Brasil (14 casos), Canadá (4 casos), Colômbia (1 caso), Estados Unidos da América (13 casos), Guatemala (1 caso), México (4 casos), Peru (2 casos) e Venezuela (886 casos no total, 159 em 2018), aponta a atualização epidemiológica.

       Em 2017, quatro países relataram casos confirmados de sarampo: Argentina, Canadá, Estados Unidos e Venezuela. Além disso, os casos na região europeia quadruplicaram em 2017, o que aumenta o risco de casos de sarampo serem importados para países das Américas.

     A OPAS/OMS vem alertando sobre esta situação desde maio de 2017 e em sucessivas atualizações epidemiológicas. A agência das Nações Unidas recomendou que os países das Américas vacinem a população para manter uma cobertura homogênea de 95% com a primeira e a segunda dose da vacina contra sarampo, caxumba e rubéola em todos os municípios.

      Além disso, os países devem fortalecer a vigilância epidemiológica do sarampo para detectar casos suspeitos nos serviços de saúde públicos e privados; dar uma resposta rápida ao detectar casos importados de sarampo, com o objetivo de evitar o restabelecimento da transmissão endêmica do vírus (ou seja, que existe de forma contínua e constante dentro de uma determinada região), incluindo a ativação de equipes que deem seguimento aos casos e seus contatos; bem como manter uma reserva de vacina sarampo-rubéola para ações de controle de casos importados em cada país da região.

      Em 2017, os países das Américas se comprometeram a tomar medidas para manter a eliminação do sarampo, rubéola e síndrome da rubéola congênita, ao aprovar um plano de ação com esse objetivo.

     O plano enfatiza que, para manter a eliminação, os níveis de cobertura vacinal da população devem ser de 95% ou mais. Nos últimos cinco anos, a cobertura regional com a primeira dose da vacina contra o sarampo, a rubéola e a caxumba variou entre 92% e 94%.

     O sarampo é uma das doenças mais contagiosas e afeta principalmente as crianças. É transmitida por gotas no ar ou contato direto com secreções do nariz, boca e garganta de indivíduos infectados.

     Os sintomas consistem em febre alta, erupção cutânea generalizada em todo o corpo, nariz entupido e olhos avermelhados. Pode causar complicações graves, como cegueira, encefalite, diarreia grave, infecções de ouvido e pneumonia, especialmente em crianças com problemas nutricionais e pacientes imunodeprimidos.

Quais os principais sintomas do sarampo e como é feito o diagnóstico?

      Após o período de incubação, o paciente pode desenvolver febre, tosse, conjuntivite não purulenta (olho vermelho), fotofobia (incapacidade de olhar para luz) e coriza (nariz escorrendo). Depois de dois a três dias, nota-se pequenas lesões na mucosa bucal, também conhecida como manchas de Koplik. Essas manchas ficam presentes entre 12 a 72 horas. Outra característica da doença é a manifestação do exantema (rash ou lesões vermelhas) no corpo, começando pela região frontal (nuca ou porção posterior da cabeça) espalhando-se pelos braços e pernas. Após três dias, as manchas se tornam acastanhadas com descamação fina da pele. A febre, habitualmente, é alta (chegando a 40ºC) e tem pico entre o segundo e o terceiro dia do aparecimento do exantema. O diagnóstico da doença é, basicamente, clínico, embora exista a possibilidade de confirmação sorológica.

Quais são as complicações da doença e o tratamento adequado?

      O sarampo pode ter complicações como: diarreia, vômitos, hemorragias, alterações neurológicas (convulsões e encefalites), pneumonia bacteriana secundária e hepatite. Não há tratamento específico disponível. Existem alguns estudos com a utilização de Ribavirina em indivíduos imunocomprometidos. Porém, essa medicação não é licenciada para o tratamento do sarampo.  A vitamina A deve ser oferecida em países subdesenvolvidos e em pacientes desnutridos, uma vez, que a suplementação dessa vitamina reduz complicações como pneumonia e diarreia nas populações que possuem deficiência desses nutrientes.

Podemos ter sarampo por mais de uma vez?

     O sarampo produz uma imunidade duradoura em indivíduos saudáveis. O esquema vacinal completo, bem como uma história pregressa da doença confere proteção ao paciente, não permitindo novas manifestações clínicas quando em contato com o vírus numa segunda oportunidade.

Como podemos prevenir o sarampo?

     O sarampo é uma doença de prevenção através da vacinação, conforme previsto no Programa Nacional de Imunizações. A vacina do sarampo é recomendada aos 12 meses de vida, através da tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) e aos 15 meses de vida (reforço), com a tetra viral que protege a criança do sarampo, caxumba, rubéola e varicela (catapora). Em situações de surtos e epidemias, podemos utilizar vacinação de bloqueio e imunização passiva, com aplicação de imunoglobulina standard ou imunoglobulina venosa hiperimune, sempre após o contato com casos suspeitos ou confirmados da doença ou conforme determinação das autoridades de saúde, por meio de campanhas extraordinárias de vacinação.

O que devemos fazer frente a um caso suspeito de sarampo?

      Todos os relatos de febre e exantema devem ser avaliados por um profissional de saúde capacitado em fazer o diagnóstico clínico.  Em caso de detecção suspeita, o mesmo deverá ser notificado em até 24h à Secretaria de Estado de Saúde. O médico responsável deverá solicitar a coleta de material (sangue, secreção nasofaríngea e urina) para a realização de diagnóstico laboratorial. Medidas de controle deverão der adotadas (vacinação de bloqueio em susceptíveis e imunoglobulina, especialmente, em grávidas e pacientes imunossuprimidos). Orientar o isolamento social e reforçar a atenção para que o paciente com sinais e sintomas da doença fique em casa até o desaparecimento do exantema.

Existem recomendações especiais para viajantes às áreas de surto ou epidemia e aos participantes de grandes eventos de massa?

      Os viajantes e participantes de grandes eventos devem checar seus cartões de vacina. As vacinas desatualizadas ou faltantes devem ser dadas dentro de um prazo de 15 dias antes da viagem ou evento. As crianças de 6 meses a 1 ano, que viajarão para o Nordeste do Brasil, devem receber vacina tríplice viral. É importante ressaltar que essa dose não interfere nas doses realizadas dentro do calendário oficial. Crianças menores de 6 meses devem evitar viajar para esses destinos.














Fonte:  MINISTÉRIO DA SAÚDE












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