sábado, 16 de fevereiro de 2019

FAKE NEWS FAZEM MAL À SAÚDE



     Qualquer tipo de informação falsa, da mais simples à mais descabida, induz as pessoas ao erro. Em vários casos, a notícia contém uma informação falsa cercada de outras verdadeiras. É principalmente nessas situações que estão escondidos os perigos das fake news, e suas consequências podem ser desastrosas.


       Para combater as Fake News sobre saúde, o Ministério da Saúde, de forma inovadora, está disponibilizando um número de WhatsApp para envio de mensagens da população. Vale destacar que o canal não será um SAC ou tira dúvidas dos usuários, mas um espaço exclusivo para receber informações virais, que serão apuradas pelas áreas técnicas e respondidas oficialmente se são verdade ou mentira.
Qualquer cidadão poderá enviar gratuitamente mensagens com imagens ou textos que tenha recebido nas redes sociais para confirmar se a informação procede, antes de continuar compartilhando. O número é (61)99289-4640

Agora vamos a alguns exemplos:

Aids e bananas, mutamba e roupas brancas

      Olá, essa mensagem é falsa! Não compartilhe! Ela tem caráter alarmante, pede compartilhamento, não informa o local - cidade, não tem fonte, todas características de uma Fake News. O departamento de IST/Aids do Ministério da Saúde já atestou essa notícia falsa.

Onda de calor - sensação térmica de 55ºC

      É falso texto que afirma que há uma previsão de onda de calor atingindo o Brasil. O texto contém  todos as características de Fake News, alarmista, pede compartilhamento, fontes criadas, texto original foi feito em espanhol e traduzido com erros.
       Contudo, estamos no Verão e o calor toma conta do Brasil de norte a sul. E o Blog da Saúde tem informações para que você mantenha os cuidados com a hidratação. Confira ( http://www.blog.saude.gov.br/v59ew7 )


Limão no copo mata

       Olá! Essa mensagem é falsa, não compartilhe! Além de ter caráter alarmista, apelam para o lado emocional, pedem compartilhamento e  essa mensagem circula, pelo menos, desde 2004 com pequenas mudanças para voltar a viralizar. Por fim, a bactéria citada no texto não existe e não há nenhum embasamento científico que ateste que cerveja com limão seja letal. Por essa razão, não compartilhe essa mensagem, ela é Fake News!


Paracetamol aumenta riscos de autismo
ou TDAH nas crianças

        Olá! Essa mensagem é falsa por não ser conclusivo os estudos. Entenda:
     De fato, o artigo citado na reportagem *sugere o aumento de risco de paralisia cerebral com o uso da aspirina e paracetamol.* Este mesmo artigo traz a referência de dois outros artigos, recentemente publicados (2016), sugerindo uma associação entre a exposição pré-natal ao paracetamol e ocorrência de autismo e TDHA.

-> Nesses estudos, os resultados foram *controversos e permanece a recomendação de que são necessárias maiores investigações sobre o assunto.*

O artigo finaliza afirmando que devem ser realizados outros grandes estudos baseados em dados coletados prospectivos com possibilidades de lidar com confundimento por indicação, uma vez que a aspirina é usada para tratar complicações da gravidez que estão associadas ao risco de paralisia cerebral.

Desta forma, *não podemos afirmar que há evidências contundentes ainda sobre o risco mencionado*.

Uso de celular na cozinha e acidentes

Não compartilhe essa mensagem, ela é falsa! Contém todas as características de Fake News, tom alarmista, erro de português e pede compartilhamento. A fonte citada no texto não existe - nome vago. Não há relatos de que tenha acontecido acidentes por utilizar o aparelho celular na cozinha. Portanto, trata-se de uma Fake News.


Dia D de vacinação contra sarampo em 16/02

O Ministério da Saúde adverte que a imagem que circula nas redes sociais anunciando um Dia D Nacional de vacinação no dia 16 de fevereiro é falsa! Não compartilhe!
O cartaz se refere à vacinação apenas no município de Timóteo (MG). As vacinas contra sarampo (tríplice viral e tetraviral) são oferecidas durante todo o ano nos postos, na rotina da imunização para as faixas etárias indicadas no Calendário Nacional de Vacinação.

Exercício com a língua previne Alzheimer

Olá, essa mensagem é falsa. Essa mensagem circula há alguns anos, e tem origem no exterior, tendo sido traduzida para o português e viralizado em 2018. Não há estudos científicos que comprovem que o exercício com a língua ajude a prevenir a Doença de Alzheimer.
A Doença de Alzheimer ainda não possui uma forma de prevenção específica, no entanto os médicos acreditam que manter a cabeça ativa e uma boa vida social, regada a bons hábitos e estilos, pode retardar ou até mesmo inibir a manifestação da doença.
Saiba mais: http://portalms.saude.gov.br/saude-de-a-z/alzheimer


10 razões pelas quais não deveria vacinar seu filho

      *Olá! Não compartilhe essa notícia, ela é falsa! O texto que circula nas redes sociais, sobre as 10 razões pelas quais não deveria vacinar seu filho é cheio de inverdades e com informações sem fundamentação científica.*
      O Ministério da Saúde esclarece que todas as vacinas ofertadas pelo Programa Nacional de Imunizações são seguras, possuem os devidos registros na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e passam por um rígido processo de avaliação de qualidade pelo Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS) da Fundação Oswaldo Cruz. 
    A vacinação é de extrema importância para evitar doenças e suas sequelas (como surdez, cegueira, paralisia, problemas neurológicos, dentre outros) e consequentemente a morte, proporcionando qualidade de vida para toda a população, além de evitar que doenças se propaguem.
   Eventos adversos graves após a vacinação são muito raros e cuidadosamente monitorados e investigados por meio do Sistema de Vigilância de Eventos Adversos Pós-Vacinação. Os benefícios da vacinação são muito maiores do que as reações que podem ser causadas por vacinas e as complicações que podem ocorrer no caso de adquirir as doenças preveníveis por vacinação.
     As ações de imunização, especialmente, nos 44 anos de existência do Programa Nacional de Imunizações (PNI), foram responsáveis por mudar o perfil epidemiológico das doenças imunopreveníveis no Brasil. O sucesso das ações de imunização pode ser comprovado pela erradicação da varíola e pela eliminação da poliomielite, da rubéola e síndrome da rubéola congênita. Também reduziu drasticamente a circulação de agentes patógenos, responsáveis por doenças como o  a difteria, o tétano e a coqueluche.
      No entanto, para manter essas conquistas é necessário  a manutenção de elevadas coberturas vacinais. Diante do sucesso da imunização no país, muitas doenças tornaram-se raras, ou mesmo ausentes, tornando-se desconhecidas, fazendo com que algumas pessoas se esqueçam do risco representado por elas e passem a se preocupar mais com possíveis efeitos colaterais das vacinas do que com a prevenção de doenças.
     Além disso, há grupos resistentes a ações de imunização, alguns por acreditarem em informações sem evidência científica, outros por questões religiosas, ideológicas ou culturais. Alguns pais que não conviveram com o cenário endêmico dessas doenças em nosso país acreditam que as vacinas não trazem benefício à saúde do seu filho.
     Para conscientizar a população da importância da manutenção de altas taxas de vacinação da população de forma homogênea, o Ministério da Saúde atua fortemente na disseminação de informações em seus meios de comunicação, entrevistas para esclarecer dúvidas, e interação nas redes sociais e discussão com as sociedades médicas. Além disso, o Ministério da Saúde atua com algumas parcerias, como o Programa Saúde na Escola, parceria entre a pasta e o Ministério da Educação, que tem como objetivo contribuir para a formação integral dos estudantes por meio de ações de promoção, prevenção e atenção à saúde. 

       Apesar de parecer recente, o termo fake news, ou notícia falsa, em português, é mais antigo do que aparenta. Segundo o dicionário Merriam-Webster, essa expressão é usada desde o final do século XIX. O termo é em inglês, mas se tornou popular em todo o mundo para denominar informações falsas que são publicadas, principalmente, em redes sociais.

O que significa fake news?
       Não é de hoje que mentiras são divulgadas como verdades, mas foi com o advento das redes sociais que esse tipo de publicação popularizou-se. A imprensa internacional começou a usar com mais frequência o termo fake news durante a eleição de 2016 nos Estados Unidos, na qual Donald Trump tornou-se presidente. Fake news é um termo em inglês e é usado para referir-se a falsas informações divulgadas, principalmente, em redes sociais.
      Na época em que Trump foi eleito, algumas empresas especializadas identificaram uma série de sites com conteúdo duvidoso. A maioria das notícias divulgadas por esses sites explorava conteúdos sensacionalistas, envolvendo, em alguns casos, personalidades importantes, como a adversária de Trump, Hillary Clinton.


Como funcionam as fake news?
      Os motivos para que sejam criadas notícias falsas são diversos. Em alguns casos, os autores criam manchetes absurdas com o claro intuito de atrair acessos aos sites e, assim, faturar com a publicidade digital.

      No entanto, além da finalidade puramente comercial, as fake news podem ser usadas apenas para criar boatos e reforçar um pensamento, por meio de mentiras e da disseminação de ódio. Dessa maneira, prejudicam-se pessoas comuns, celebridades, políticos e empresas.

       É isso o que acontece, por exemplo, durante períodos eleitorais, nos quais empresas especializadas criam boatos, que são disseminados em grande escala na rede, alcançando milhões de usuários. O Departamento de Justiça Americano denunciou três agências russas, afirmando que elas teriam espalhado informações falsas na internet e influenciarem as eleições norte-americanas de 2016.

       Existem grupos específicos que trabalham espalhando boatos. No entanto, não é fácil encontrar as empresas que atuam nesse segmento, pois elas operam na chamada deep web, isto é, uma parte da rede que não é indexada pelos mecanismos de buscas, ficando oculta ao grande público.

     Para disseminar informações falsas, é criada uma página na internet. Um robô criado pelos programadores desses grupos é o responsável por disseminar o link nas redes. Quanto mais o assunto é mencionado nas redes, mais o robô atua, chegando a disparar informações a cada dois segundos, o que é humanamente impossível.

      Com tamanho volume de disseminação de conteúdos, pessoas reais ficam vulneráveis às fake news e acabam compartilhando essas informações. Dessa forma, está criada uma rede de mentiras com pessoas reais.

     Como os responsáveis pelas fake news atuam, geralmente, em uma região da web que é oculta para a grande maioria dos usuários, não é fácil identificá-los e, consequentemente, puni-los. Além disso, essas pessoas usam servidores de fora do país, em lan houses que não exigem identificação.

      Um caso que ficou conhecido e chegou ao extremo foi o da dona de casa Fabiane Maria de Jesus, que morreu após ter sido espancada por dezenas de moradores de Guarujá, no litoral de São Paulo, em 2014. A revolta dos moradores foi em virtude de informações publicadas em uma rede social, com um retrato falado de uma possível sequestradora de crianças para rituais de magia negra. A dona de casa foi confundida com a criminosa e acabou linchada por moradores.

     Outro boato que tomou conta das redes e influenciou diretamente o calendário de vacinação infantil foi o de que algumas vacinas seriam mortais e teriam matado milhares de crianças. O impacto foi tão grande que doenças como o sarampo, do qual o Brasil era considerado livre, voltaram a acometer crianças.

     Depois da greve dos caminhoneiros em 2018, que durou 11 dias, fechou rodovias de norte a sul do país e provocou desabastecimento de diversos produtos, alguns boatos de uma nova greve geraram tumulto nas grandes cidades. Em alguns municípios, filas de carros formaram-se em postos de combustíveis, pois as pessoas temiam o aumento do preço e até mesmo a falta do produto.


      Um dado grave que foi constatado pelos pesquisadores do Massachusetts Institute of Tecnology (MIT), nos Estados Unidos, é que a chance de uma notícia falsa ser repassada é consideravelmente maior que a de uma verdadeira. Foram analisadas 126 mil notícias, e percebeu-se que a probabilidade de republicar uma informação falsa é 70% maior do que a de republicar uma notícia verdadeira.


Como combater as fake news?
      Para as autoridades, identificar e punir os autores de boatos na rede é uma tarefa muito difícil. No caso do Brasil, a legislação que prevê punição para esse tipo de crime não fala sobre internet, cita apenas rádio e televisão.

     Alguns sites de fake news usam endereços e layouts parecidos com os de grandes portais de notícias, induzindo o internauta a pensar que são páginas de credibilidade. Por isso, todo cuidado é pouco na internet.

      A maneira mais efetiva de diminuir os impactos das fake news é cada cidadão fazer sua parte, compartilhando apenas aquilo que tem certeza de que é verdade. O ideal é duvidar sempre e procurar informações em outros veículos, especialmente nos conhecidos como grande mídia.

      No Brasil, existem agências especializadas em checar a veracidade de notícias suspeitas e de boatos, as chamadas fact-checking. Alguns grandes portais de notícias também criaram setores para checagem de informações.


















Fontes:














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