quinta-feira, 22 de novembro de 2018

BLACK FRIDAY - FAKE NEWS E COMPULSÃO


BLACK FRIDAY E FAKE NEWS
Neste dia existe uma compulsão excessiva por compras.
       Preocupação excessiva, perda de controle sobre o ato de comprar; aumento progressivo do volume de compras; tentativas frustradas de reduzir ou controlar as compras; comprar para lidar com angústias ou outra emoção negativa; mentiras para encobrir o descontrole com compras; prejuízos nos âmbitos social, profissional e familiar; problemas financeiros causados por compras. Essas são as principais características de indivíduos que apresentam o transtorno de compra compulsiva – a chamada oniomania, palavra derivada dos termos gregos oné (a compra, a aquisição) e manía (a insânia, a fúria).
E o que é a BLACK FRIDAY?
       Essa história apareceu em 2014 nas redes sociais e voltou com força total, em português, em novembro de 2015. De acordo com um texto compartilhado no Facebook e no WhatsApp, o termo “Black Friday” não seria apenas uma jogada de marketing criada pelo varejo para a queima de estoques antes do Natal, mas seria uma forma de comércio surgida da época dos escravos, nos Estados Unidos!
       O texto, acompanhado de uma ilustração do que parece ser um comercio de escravos, afirma ainda que a black friday era o dia seguinte ao do de ação de graças, quando os mercadores de escravos os vendiam com desconto para os proprietários de terras.
          A recomendação, segundo o alerta, é a de que devamos boicotar a black friday para não compactuarmos com essa abominação!
Será que essa informação é real?


         A abolição da escravatura ocorreu em 1863 nos Estados Unidos e o termo Black Friday (literalmente, ‘Sexta-Feira Negra’, em inglês) foi utilizado pela primeira vez por jornais americanos no dia 24 de setembro de 1869 (6 anos depois), quando Jay Gould e James Fisk (dois especuladores) quase levaram grandes investidores do país à falência ao tentarem dominar o mercado do ouro na Bolsa de Valores de Nova York.
Segundo o linguista Benjamin Zimmer, editor-executivo do site Vocabulary.com, o adjetivo “black” foi usado durante muito séculos para retratar diversos tipos de calamidades, como uma coisa negativa, mas que nada tem a ver com escravos.
         A agência de notícias BBC apurou que o uso das palavras “black friday” para o varejo aconteceu pela primeira vez em 1951, através de uma publicação de um tabloide de circulação entre os varejistas chamado Factory Management and Maintenance. A ideia, na época, era a de retratar um dia do ano em que o número de funcionários que ficavam doentes aumentada e as lojas ficavam quase vazias. Péssimo para os negócios… 
          Nos EUA, a primeira vez que o termo foi usado foi no dia 24 de setembro de 1869, quando dois especuladores, Jay Gould e James Fisk, tentaram tomar o mercado do ouro na Bolsa de Nova York.
         Quando o governo foi obrigado a intervir para corrigir a distorção, elevando a oferta da matéria-prima ao mercado, os preços caíram e muitos investidores perderam grandes fortunas.
         Para muitos americanos, o desfile do Dia de Ação de Graças, promovido pela loja de departamentos Macy's, tornou-se parte do ritual do feriado.


      Mas o evento, na verdade, foi inspirado nos vizinhos do norte. A loja de departamentos canadense Eaton's realizou o primeiro desfile do Papai Noel em 2 de dezembro de 1905. Quando o Papai Noel aparecia ao final do desfile, era um sinal de que a temporada de festas havia começado - e, por sua vez, a corrida às compras. É claro que os consumidores eram incentivados a fazer compras na Eaton's.


      Lojas de departamento, como a Macy's, inspiraram-se no desfile e passaram a patrocinar eventos semelhantes ao redor dos Estados Unidos.
Em 1924, por exemplo, Nova York viu pela primeira vez um desfile da Macy's com animais do zoológico do Central Park, totalmente organizado por funcionários da própria loja.
        De meados do século 19 ao início do século 20, em um costume iniciado por Abraham Lincoln, o presidente dos EUA declararia o "Dia de Ação de Graças" na última quinta-feira de novembro. O dia poderia, assim, cair na quarta ou quinta quinta-feira do mês.
Em 1939, porém, algo aconteceu - a última quinta-feira foi coincidentemente o último dia de novembro.
         Preocupados com o curto período de compras para as festividades de fim de ano, lojistas enviaram então uma petição a Franklin Roosevelt (1882-1945) para declarar o início das festas uma semana mais cedo, o que foi autorizado pelo então presidente.
Pelos próximos três anos, o Dia de Ação de Graças foi apelidado de "Franksgiving" (uma mistura de Franklin com "Thanksgiving", como a data festiva é chamada em inglês) e celebrado em dias diferentes - e em diferentes partes do país.
       No final de 1941, uma resolução conjunta do Congresso finalmente solucionou o problema. Dali em diante, o Dia de Ação de Graças seria comemorado na quarta quinta-feira de novembro, garantindo uma semana extra de compras até o Natal.
Segundo Bonnie Taylor-Blake, pesquisador da Universidade da Carolina do Norte, a Factory Management and Maintenance - uma newsletter do mercado de trabalho - reivindica a autoria do uso do termo Black Friday.
       Em 1951, uma circular da empresa chamou atenção para a incidência de profissionais doentes naquele dia.
      "A síndrome da sexta-feira após o Dia de Ação de Graças é uma doença cujos efeitos adversos só são superados pelos da peste bubônica. Pelo menos é assim que se sentem aqueles que têm de trabalhar quando chega a Black Friday. A loja ou estabelecimento pode ficar meio vazio e todo ausente estava doente", dizia a circular.
Esse termo ganhou popularidade pela primeira vez na Filadélfia - policiais frustrados pelo trânsito causado pelos consumidores naquele dia começaram a se referir dessa forma à Black Friday.
       Os lojistas evidentemente não gostaram de ser associados ao tráfego e à poluição. Eles, então, decidiram repaginar o termo para "Big Friday" ("A Grande Sexta", em tradução literal), segundo um jornal local de 1961.
      Os lojistas conseguiram dar uma interpretação positiva ao termo ao dizer que ele se referia ao momento em que os estabelecimentos retornavam ao azul, ou seja, voltavam a ter lucro. Mas não há provas de que isso tenha realmente acontecido.
     É verdade, por outro lado, que o período de festas corresponde à maior parte dos gastos de consumo do ano.
     Mas quanto dessas receitas realmente se torna lucro não está claro, dado que os lojistas costumam trabalham com margens mais apertadas, oferecendo grandes descontos.
      Embora a Black Friday seja considerada o maior dia de compras do ano, a data não ganhou esse título até os anos 2000.
     Isso porque, por muitos anos, a regra não era que os americanos adoravam uma liquidação, mas sim que adoravam procrastinar. Ou seja, até tal ponto, era no sábado - e não na sexta-feira - que as carteiras ficavam mais vazias.
Por muito tempo, os lojistas canadenses morriam de inveja de seus colegas americanos, especialmente quando seus clientes fiéis colocavam o pé na estrada rumo ao sul em busca de boas compras.
      Mas agora eles passaram a oferecer as suas próprias liquidações - apesar de o Dia de Ação de Graças no Canadá acontecer um mês antes.
      No México, a Black Friday ganhou novo nome - 'El Buen Fin', ou "Bom fim de semana". A comemoração é associada ao aniversário da revolução de 1910 no país, que às vezes cai na mesma data que o Dia de Ação de Graças nos Estados Unidos.
Como o próprio nome sugere, o evento dura o fim de semana inteiro.
      No Brasil, onde o feriado de Ação de Graças não existe, a data passou a ser incluída no calendário comercial do país quando lojistas perceberam o potencial de vendas do dia.
        A Black Friday corre risco de extinção?
O Walmart, o maior varejista do mundo, quebrou a tradição do Black Friday em 2011, quando abriu sua loja a clientes na noite do feriado de Ação de Graças.
     Desde então, lojistas por todos os Estados Unidos estão de olhos nos cerca de 33 milhões de americanos ávidos por fazer compras após se deliciar com generosas fatias de peru.
      Mas não se preocupe - os lojistas também já inventaram um nome para batizar o dia adicional de compras: "Quinta-feira Cinza".
       Portanto, se cuide e viva dentro do seu limite, busque viver sua realidade. Sua saúde depende disso. Economizar não é gastar com emoção, e se iludir com falsas promoções. E o que vem depois é só frustração, e isso faz mal à saúde consequentemente sairá mais caro. Curta bem o final de ano planejando um ano novo mais próspero. Seja feliz.






Fonte: BBC - Brasil

















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