segunda-feira, 12 de novembro de 2012

DIABETES E O FATOR EMOCIONAL

A questão emocional no diabetes



       O diabetes mellitus é uma doença crônica, caracterizada pela elevação da glicose no sangue (hiperglicemia), acima da taxa normal de 60 a 100mg/dl. É causada por fatores genéticos (herdados) e ambientais; aliado a isto, fatores como obesidade, infecções bacterianas ou viróticas, má alimentação, traumas emocionais, gravidez podem fazer com que a doença se manifeste mais cedo. 
    Atualmente, o diabetes é uma doença que atinge milhões de pessoas, com a estimativa mundial de 236 milhões em 2010. Diante disto, há uma considerável população que convive com uma doença crônica, e que pode levar a sérias complicações e comprometimento da qualidade de vida do indivíduo diabético, quando não há um controle adequado. 
    O tratamento médico apenas não é suficiente para tratar e controlar a doença, evitando as complicações, pois além de exames e medicamentos, também é necessário reeducação alimentar, exercícios físicos, equilíbrio emocional; aspectos que interferem diretamente sobre a doença, descontrolando-a e agravando o quadro, devendo então o diabetes ser abordado de forma multidisciplinar. 
    A maneira como o diagnóstico é comunicado pode influenciar no tratamento. A verdade deve ser dita, sendo que medo, insegurança, revolta e recusa ao tratamento costumam ser reações comuns diante de um diagnóstico de diabetes. Há uma tendência de o paciente sentir-se pior do que os outros, o único com problemas e a procurar culpas que não existem, como se o diabetes fosse uma punição.
     Desta forma, é necessário refletir a respeito da influência destes aspectos emocionais no diabetes e a importância do atendimento psicológico para os portadores. 
Considerando o diabético como uma pessoa com identidade, sonhos e medos, o apoio psicológico é essencial, pois com o diagnóstico alguns se sentem extremamente limitados o que muitas vezes gera tristeza, pensamentos do tipo “não tenho mais o direito de viver bem”, isolando-se do grupo social em função das concepções errôneas a respeito do diabetes.
     Todo ser humano sente medo diante de mudanças, o que gera insegurança, pois não sabe como será o novo. Assim é quando se casa, quando se tem filhos, quando se muda de emprego, a dinâmica da vida sofre alterações, bem como, “ficar diabético”. Ser portador de diabetes implica em fazer mudanças nas atividades da vida diária. No entanto, para ter vida saudável é necessário resolver os conflitos internos, buscando auto-estima adequada.
     Muitas vezes, o paciente tem consciência do quão importante é o bom controle da doença, das conseqüências do controle inadequado, mas ainda não se cuida e sabota o tratamento. Assim, não basta ter consciência da doença e suas complicações, pois a doença física atinge diretamente o emocional, e o emocional não é determinado somente por aspectos conscientes. É constituído também por questões profundas e inconscientes, as quais podem impedir o controle adequado do diabetes se não for aceito.
Acredita-se que o diabetes pode ser enfrentado de formas diferentes por cada indivíduo, dependendo da estrutura psíquica ou organização mental deste. 
   Há de se considerar, que o diabetes é uma doença decorrente de vários fatores(multifatorial), sendo que vários estudiosos consideram-na como doença psicossomática, ou seja, que sofre influência de fatores emocionais em sua origem. 
      No entanto, acredita-se que a diabetes seja desencadeada principalmente por fatores hereditários, mas que apenas o fator hereditário não seria suficiente para causar a doença, sendo que esta se manifesta diante de mudanças exteriores significativas, com o valor de trauma, porém só o trauma não seria responsável pelo surgimento da doença. 
     Geralmente, os sentimentos que acompanham o crônico são negativos, produzindo grande abalo na auto-estima, já que as pessoas ao depararem com algo diferente e invasivo demonstram sentimento de inferioridade, medo, raiva, revolta, frustração, ansiedade, negação da situação, regressão e depressão. Desta maneira, as alterações na glicemia e na evolução da doença no âmbito geral, podem ter interferência de fatores emocionais e afetivos. 
     A família do paciente diabético também enfrenta a ansiedade diante das mudanças na vida diária e dos cuidados exigidos pelo tratamento, entretanto o apoio emocional e social desta é fundamental para a implementação e aceitação do novo estilo de vida. 
Tomar consciência das próprias necessidades é conhecer as próprias limitações e potencialidades para poder superar as dificuldades, buscando alternativas para saber o que é bom para si e para aqueles que nos rodeiam.
     O apoio psicológico é importante a todas as pessoas que sentem necessidade de se conhecer e lidar com situações cotidianas de forma satisfatória e produtiva.
Muitas pessoas têm dificuldades em adotar novos hábitos de vida. A psicologia vai trabalhar com as emoções, com as questões referentes ao novo estilo de vida, resgatar a auto-estima entre outras demandas. Além disto, profissional também vai mostrar os aspectos positivos da mudança de hábitos e a necessidade de se adequar para ter uma vida saudável.

Dicas importantes 
*O diabético deve manter um equilíbrio emocional e contar com apoio social e familiar;
*Ter motivação pessoal, disciplina e força de vontade;
* Praticar atividade física regular;
* Realizar automonitorização da glicemia;
* Usar a medicação nos horários corretos; 
* Alimentar-se adequadamente.

       

      O stress acontece quando uma pessoa sente-se, de alguma forma, pressionada. Essa pressão pode ser devido á fatores físicos, como doenças, ou emocionais, como problemas financeiros, no trabalho, em casa, etc.

    O stress faz com que os níveis hormonais cresçam muito, gerando muita energia armazenada – glicose e gordura – disponíveis para as células. Então, estas células são preparadas para ajudar o corpo a se livrar do perigo. Em pessoas com diabetes, isso não ocorre.

      Muitos casos de stress têm origem mental. Esse stress pode ser de curto prazo (ficar preso por um determinado tempo no trânsito) ou longo prazo (ter um chefe muito exigente, que pressiona seus funcionários).

Como o stress altera a diabetes

     Nos diabéticos, o stress pode alterar os níveis de glicose de duas formas. Primeiro, uma pessoa que não se cuida, por exemplo, não pratica exercícios físicos regularmente, consume muito álcool, pode ter seu nível de glicose alterado. Segundo, stress hormonais podem alterar diretamente os níveis de glicose.

     Segundo estudos realizados por cientistas, os efeitos do stress em pessoas com diabetes tipo 1 são mais complexos. Enquanto na maioria, o stress mental eleva os níveis de glicose, em outros os níveis podem baixar. Nas pessoas com diabetes tipo 2, o stress mental aumenta os níveis de glicose freqüentemente. Para algumas pessoas com diabetes, controlar o stress com uma terapia de relaxamento, parece ajudar.

Stress e Personalidade.

     Para se livrar do stress, é preciso saber enfrentá-lo. Algumas pessoas buscam maneiras de resolver o problema, enquanto outras o aceitam, imaginando que este não é tão ruim assim.
   Geralmente, as duas maneiras de enfrentar o stress são úteis. As pessoas que as usam tendem a diminuir os níveis de glicose no sangue.


Aprendendo a Relaxar

• Exercícios de respiração. Sente ou deite e descruze os braços e pernas. Respire profundamente. E depois solte o ar o máximo que puder. Inspire e expire novamente, desta vez relaxando os músculos intencionalmente enquanto expira. Respire e relaxe de 5 a 20 minutos. Faça esse exercício pelo menos uma vez por dia.
• Terapia de relaxamento progressivo. Essa técnica, a qual você pode aprender com pessoas especializadas, você enrijece os músculos, e depois relaxa.
• Exercício. Outra maneira de relaxar seu corpo, é através de ampla variedade de movimentos. Há 3 maneiras de se soltar através de movimentos: circulares, alongamento e sacudir partes do corpo. Para deixar esses exercícios mais divertidos, se movimente ao som de uma música.
• Substitua os maus pensamentos por bons pensamentos. Cada vez que você tiver maus pensamentos, tente pensar em alguma coisa que o(a) faça feliz ou orgulhoso(a). Ou memorize um poema, reza, música, e use-os para substituir um mau pensamento.


     Qualquer método que você escolher para relaxar, pratique-o sempre. Assim como praticar um novo esporte pode levar semanas ou meses, aprender a relaxar também leva tempo.


Outras Maneiras para Reduzir o Stress Mental.

    Você deve ser capaz de se livrar de alguns stresses da vida. Se o transito lhe incomoda, procure outro itinerário. Se brigou com algum parente ou amigo, você pode dar o primeiro passo para resolver a situação.

     Alguns problemas que dão origem para o stress jamais irão acabar, não importa o que você faça. Ter diabetes é um deles. Ainda assim, há maneiras de reduzir o stress de viver com diabetes. Grupos de apoio ajudam. Conhecer outras pessoas com o mesmo problema, também. Você não deve sentir-se sozinho.

     Há ainda outros meios de evitar o stress. Algumas vezes, adicionar atividades positivas à sua vida pode ajudar. Praticar atividades físicas, esportes, caminhadas... atividades saudáveis ajudam no bem-estar.
Você pode conseguir ajuda para qualquer um desses problemas. Peça à sua equipe médica para indicar um psicoterapeuta. Conversar com um especialista pode ajudá-lo a dominar seus problemas. Você pode aprender novas maneiras de enfrentar ou até mudar seu comportamento.


- FATORES DE RISCO
• Urbanização crescente 
• Idade maior de 45 anos (envelhecimento da população) 
• Estilo de vida pouco saudável, como: sedentarismo, dieta inadequada e obesidade 
• Sobrepeso (IMC - índice de massa corporal maior ou igual a 25) 
• Antecedente familiar 
• Hipertensão arterial (maior que 14 por 9) 
• Colesterol e/ou triglicerídios maior que o normal 
• História de macrossomia ou diabetes gestacional 
• Diagnóstico prévio de síndrome de ovários policísticos 
• Doença cardiovascular, cerebrovascular ou vascular periférica definida
 
- PREVENÇÃO DE RISCOS
• Mudanças de estilo de vida 
• Redução de peso (entre 5 a 10% do peso) 
• Manutenção do peso perdido 
• Aumento da ingestão de fibras 
• Restrição de gorduras, especialmente as saturadas 
• Aumento de atividade física regular

- PRINCIPAIS SINTOMAS DO DIABETES
• Aumento do volume urinário (acima de 2.500 ml por dia -  observar que é volume, e não frequência) 
• Sensação de sede em demasia 
• Fome excessiva 
• Perda involuntária de peso 
• Fadiga 
• Fraqueza 
• Letargia 
• Prurido cutâneo e vulvar 
• Inflamação conjunta da glande e prepúcio 
• Infecções regulares

Atenção: na maioria dos casos o diabetes é assintomático.

- CONSEQUÊNCIAS DO DIABETES
• A expectativa de vida é reduzida em média 15 anos para o diabetes tipo 1 
• A expectativa de vida é reduzida em média 5 a 7 anos para o diabetes tipo 2 
• Os adultos com diabetes têm risco 2 a 4 vezes maior de doenças cardiovasculares e acidente vascular cerebral 
• É a causa mais comum de amputações de membros inferiores não-traumática 
• Cegueira irreversível 
• Doença renal crônica 
• Em mulheres, partos prematuros e mortalidade materna


- OS PROFISSIONAIS DA EQUIPE DE SAÚDE DA FAMÍLIA DEVEM
 • Informar a população 
 • Prevenir doenças 
 • Identificar grupos de risco 
 • Fazer diagnóstico precoce e abordagem terapêutica 
 • Manter o cuidado continuado 
 • Educar e preparar portadores e famílias a terem autonomia no autocuidado 
 • Monitorar a qualidade do controle 
 • Prevenir complicações 
 • Gerenciar o cuidado nos diferentes níveis de complexidade


DIA MUNDIAL DO DIABETES
14 DE NOVEMBRO

           O Dia Mundial do Diabetes foi criado em 1991 pela International Diabetes Federation (IDF) em parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS), como uma resposta ao crescente número de casos em todo o mundo. O objetivo desta data é chamar a atenção, sobretudo no que diz respeito ao acesso à sua prevenção e tratamento adequados e de qualidade para evitar complicações mais severas, reduzindo o impacto sobre os indivíduos, famílias e custos para os sistemas de saúde e para a sociedade em geral. De 2000 a 2010, o diabetes foi responsável por mais de 470 mil mortes em todo o Brasil. Neste período, o número saltou de 35,2 mil para 54,8 mil. Isso significa que a taxa de mortalidade avançou de 20,8 para 28,7 mortes por 100 mil habitantes.


BAIXE AQUI AS CARTILHAS SOBRE O DIABETES


Fotos: Arq.Felixfilmes

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