Oficina explica o que é cartografia social
e sua importância para
as populações vulneráveis
Os mapas geralmente são produzidos por técnicos especializados, a partir do interesse de instituições públicas e privadas. A sociedade nunca teve a oportunidade de construir suas cartografias. Porém, a partir dos anos 1990, tem ganhado importância no país a chamada cartografia social, que permite às populações desenhar, com ajuda de profissionais, mapas dos territórios que ocupam.
Para explicar o que é cartografia social, sua importância, especialmente para as populações tradicionais, e a forma como vem sendo utilizada no país, a Rede Mobilizadores vai promover, de 10 a 14 de fevereiro, a oficina online “Cartografia social e populações vulneráveis”.
A atividade vai contar com a facilitação da pesquisadora do Laboratório de Geoprocessamento (Labocart) da Universidade Federal do Ceará (UFC), Adryane Gorayeb. Ela explica que “o mapa é a representação plana de porção do espaço geográfico, e é considerado, por muitos estudiosos, como uma ‘linguagem universal’, por conter símbolos e signos diversos, que representam elementos da paisagem, objetos, fenômenos e situações”.
Em vez de informações técnicas, os mapas sociais são construídos de forma participativa e apresentam o cotidiano de uma comunidade. Neles são colocados localidades, rios, lagos, casas, equipamentos sociais como hospitais, escolas, e outros elementos que os envolvidos julgam importante. Mapea-se também mobilizações sociais, descrevendo-as e georreferenciando-as com base no que é considerado relevante pelas próprias comunidades estudadas.
Têm se multiplicado por todo o mundo diversas iniciativas de mapeamento que se propõem a incluir as populações locais nos processos de produção de mapas. No Brasil, o conhecimento das populações sobre seu território tem sido determinante para a formulação de políticas públicas de ordenamento territorial, regularização fundiária e acesso à terra.
A utilização da cartografia social já é bastante significativa na região Norte, onde é desenvolvido o Projeto Nova Cartografia Social da Amazônia, e tem se expandido para outras regiões, como estratégia para firmar direitos territoriais. Os mapas também têm sido utilizados como instrumentos para garantir o reconhecimento de demandas de diferentes tipos de comunidades, como quilombolas, pesqueiras, extrativistas, e de periferias.
As inscrições para a oficina podem ser feitas de 04 a 10 de fevereiro. Para fazer sua inscrição clique aqui.
FONTES:
Fotos:Arq.Felixfilmes
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