terça-feira, 3 de janeiro de 2017

VACINA CONTRA HPV NOS MENINOS COMEÇA EM JANEIRO


O Calendário Nacional de Vacinação
também sofreu outras mudanças


      A partir de agora, adolescentes do sexo masculino com idade entre 12 e 13 anos passam a ser vacinados contra o Papilomavírus Humano (HPV). Até o fim do ano passado, somente as meninas recebiam as doses. No Recife, a vacinação está disponível em todas as Unidades de Saúde da Família (incluindo Upinhas), Unidades Básicas Tradicionais e Policlínicas da Secretaria Municipal de Saúde. Além da introdução da vacina de HPV para meninos, o Ministério da Saúde também anunciou mudanças para outras vacinas.


     Com a mudança, meninos de 12 e 13 anos serão vacinados em duas doses – sendo a segunda após seis meses da primeira. É o mesmo esquema que já funciona com as meninas de 9 a 14 anos. “As meninas de 14 anos que ainda tomaram nenhuma dose devem procurar os postos de vacinação para começar o esquema”, frisou a coordenadora do Programa Nacional de Imunização do Recife, Elizabeth Azoubel.

     O calendário vacinal também sofreu outras alterações. A Vacina meningocócica C, que antes tinha como público-alvo crianças até dois anos, passa a ser ampliada para adolescentes de 12 e 13 anos. O esquema é de reforço ou dose única, conforme a situação vacinal do indivíduo.

     Aumentou também o público-alvo para a vacina de tríplice viral, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola. O esquema é de duas doses para pessoas de um até 29 anos. A partir de 30 anos, o esquema é de apenas uma dose.

      As vacinas de Hepatite A e Varicela, que antes tinham como público-alvo crianças de 15 meses até dois anos, passam a ser aplicadas em crianças de 15 meses a menores de quatro anos de idade que nunca receberam a vacina.


       Papilomavírus Humano (HPV) – É um vírus transmitido pelo contato direto com pele ou mucosas infectadas por meio de relação sexual. Também pode ser transmitido da mãe para filho no momento do parto. O Ministério da Saúde orienta que mulheres na faixa etária dos 25 aos 64 anos façam o exame preventivo, o Papanicolau, anualmente. Nas mulheres, o vírus é um dos causadores do câncer de colo de útero. No caso dos homens, o vírus pode causar o câncer de pênis e/ou os condilomas (verrugas). A vacina não substitui a realização do exame preventivo e nem o uso do preservativo nas relações sexuais.


       Postos de saúde de todo o País iniciaram, nesta semana, a vacinação contra o HPV de meninos entre 12 e 13 anos. 

       O Brasil é o primeiro país da América do Sul e o sétimo do mundo a oferecer a vacina contra o HPV para meninos em programas nacionais de imunizações. A faixa-etária será ampliada, gradativamente, até 2020, quando serão incluídos os meninos com 9 anos até 13 anos.

       A expectativa é que mais de 3,6 milhões de meninos sejam imunizados em 2017, além de 99,5 mil crianças e jovens de 9 a 26 anos vivendo com HIV/Aids, que também passarão a receber as doses. Para isso, o Ministério da Saúde adquiriu seis milhões de doses, ao custo de R$ 288,4 milhões. Não haverá custos extras para a pasta, já que, no ano passado, com a redução de três para duas doses no esquema vacinal das meninas, o quantitativo previsto foi mantido, possibilitando a vacinação dos meninos.


      O ministro da Saúde, Ricardo Barros, destacou a importância da vacinação nos meninos. “A inclusão dos adolescentes faz parte de um conjunto de ações integradas que o Ministério da Saúde tem realizado com o objetivo de conseguir mais resultados com os recursos financeiros já disponíveis. É muito importante a inclusão dessa faixa-etária. Precisamos estimular esta faixa a participar das mobilizações para vacinação.”


       Além disso, também receberão as doses as meninas que chegaram aos 14 anos sem tomar a vacina ou que não completaram as duas doses indicadas. A estimativa é de que 500 mil adolescentes estejam nessa situação. Até o ano passado, a faixa etária para o público feminino era de 9 a 13 anos. Desde a incorporação da vacina no Calendário Nacional, em 2014, já foram imunizadas 5,7 milhões de meninas com a segunda dose, completando o esquema vacinal. Esse quantitativo corresponde a 46% do total de brasileiras nessa faixa etária.


      “É muito importante que os pais tenham a consciência de que a vacinação começa na infância, mas deve continuada na adolescência. Pais e responsáveis devem ter, com os adolescentes, a mesma preocupação que têm com as crianças. A proteção vai ser muito maior se nós ampliarmos, cada vez mais, o calendário de vacinação da nossa população”, ressaltou a coordenadora do Programa Nacional de Imunizações, do Ministério da Saúde, Carla Domingues.

HPV para meninos

O esquema vacinal para os meninos contra HPV é de duas doses, com seis meses de intervalo entre elas. Para os que vivem com HIV, a faixa etária é mais ampla (9 a 26 anos) e o esquema vacinal é de três doses (intervalo de 0, 2 e 6 meses). No caso dos portadores de HIV, é necessário apresentar prescrição médica.

Atualmente, a vacina HPV para meninos é utilizada como estratégia de saúde pública em seis países (Estados Unidos, Austrália, Áustria, Israel, Porto Rico e Panamá). A estratégia tem como objetivo proteger contra os cânceres de pênis, garganta e ânus, doenças que estão diretamente relacionadas ao HPV. A definição da faixa-etária para a vacinação visa proteger as crianças antes do início da vida sexual e, portanto, antes do contato com o vírus.

A vacina disponibilizada para os meninos é a quadrivalente, que já é oferecida desde 2014 pelo SUS para as meninas. Confere proteção contra quatro subtipos do vírus HPV, com 98% de eficácia para quem segue corretamente o esquema vacinal. Vale ressaltar que os cânceres de garganta e de boca são o 6º tipo de câncer no mundo, com 400 mil casos ao ano e 230 mil mortes. Além disso, mais de 90% dos casos de câncer anal são atribuíveis à infecção pelo HPV.

HPV para meninas

Nas meninas, o principal foco da vacinação é proteger contra o câncer de colo do útero, vulva, vaginal e anal; lesões pré-cancerosas; verrugas genitais e infecções causadas pelo vírus. O HPV é transmitido pelo contato direto com pele ou mucosas infectadas por meio de relação sexual. Também pode ser transmitido da mãe para filho no momento do parto. Estimativas da OMS indicam que 290 milhões de mulheres no mundo são portadoras do vírus. Em relação ao câncer do colo do útero, estudos apontam que 265 mil mulheres morrem devido à doença em todo o mundo, anualmente. No Brasil, o Instituto Nacional do Câncer estima 16 mil novos casos.

Para a produção da vacina contra o HPV, o Ministério da Saúde promoveu Parceria para o Desenvolvimento Produtivo (PDP) com o Butantan. A transferência está sendo feita de forma gradual e tem reduzido o preço ano a ano. Até 2018, a produção da vacina HPV deverá ser 100% nacional.




























Redação e imagens: Divisão de Comunicação deste blog











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