sábado, 29 de outubro de 2016

PSORÍASE - PRECONCEITO MALTRATA OS PORTADORES



PSORÍASE
O QUE É?

      A psoríase é uma doença da pele relativamente comum, crônica e não contagiosa. É uma doença cíclica, ou seja, apresenta sintomas que desaparecem e reaparecem periodicamente. Sua causa é desconhecida, mas sabe-se que pode ter causas relacionadas ao sistema imunológico, às interações com o meio ambiente e à suscetibilidade genética.


        Acredita-se que ela se desenvolve quando os linfócitos T ( células responsáveis pela defesa do organismo) começam a atacar as células da pele. Inicia-se, então, respostas imunológicas que incluem dilatação dos vasos sanguíneos da pele, produção de glóbulos brancos para combater a infecção – como as células da pele estão sendo atacadas, a produção das mesmas também aumenta, levando a uma rapidez do seu ciclo evolutivo, com conseqüente grande produção de escamas devido à imaturidade das células.


      Quando a gente se machuca, nosso organismo imediatamente começa a agir para consertar o estrago.
Rapidamente o nosso sistema imunológico entra em ação para começar a reconstruir a área ferida.


       Os vasos se dilatam e sangue extra é enviado ao local do machucado (por isso a vermelhidão) carregando glóbulos brancos, plaquetas, etc., tudo para defender nosso organismo de corpos estranhos e também formar uma espécie capa para cobrir o ferimento
      O sistema imunológico, que é o sistema que defende nosso corpo contra micróbios, vírus, bactérias, etc., continua trabalhando até depois de o ferimento formar aquela casquinha e a pele se regenerar completamente.


SE A PESSOA TEM PSORÍASE, o sistema imunológico age como se houvesse um ferimento, só que de maneira desordenada e constante.
É como “um defeito genético” no nosso sistema imunológico onde as células de defesa acabam atacando células saudáveis da pele, como se fosse cicatrizar uma ferida ou tratar uma infecção.
 
Então, o sistema imunológico dilata os vasos sanguíneos e aumenta o número de glóbulos brancos, que avançam para camadas mais externas da pele de forma muito rápida, provocando lesões avermelhadas.
O sistema imunológico também começa a produzir células para reconstruir o tecido da pele, mas como não há ferimento, essa produção extra de pele se acumula e depois se solta, que nada mais é do que a descamação, bem comum nas lesões de psoríase.
 
Por esse processo onde o organismo ataca ele mesmo, a psoríase é considerada uma doença auto-imune.


     Esse ciclo faz com que ambas as células mortas não consigam ser eliminadas eficientemente, formando manchas espessas e escamosas na pele. Normalmente, esta cadeia só é quebrada com tratamento.

       É importante ressaltar: a doença NÃO É CONTAGIOSA e o contato com pacientes NÃO PRECISA SER EVITADO.


SINTOMAS
Os sintomas da psoríase variam de paciente para paciente, conforme o tipo da doença, mas podem incluir:

manchas vermelhas com escamas secas esbranquiçadas ou prateadas
pequenas manchas escalonadas
pele ressecada e rachada, às vezes, com sangramento
coceira, queimação e dor
unhas grossas, sulcadas ou com caroços
inchaço e rigidez nas articulações
Em casos de psoríase moderada pode haver apenas um desconforto por causa dos sintomas; mas, nos casos mais graves, a psoríase pode ser dolorosa e provocar alterações que impactam significativamente na qualidade de vida e na autoestima do paciente. Assim, o ideal é procurar tratamento o quanto antes.

Além disso, alguns fatores podem aumentar as chances de uma pessoa adquirir a doença ou piorar o quadro clínico já existente, dentre eles:

Histórico familiar – Entre 30 e 40% dos pacientes de psoríase tem histórico familiar da doença.
Estresse – Pessoas com altos níveis de estresse possuem sistema imunológico debilitado.
Obesidade – O excesso de peso pode aumentar o risco de desenvolver um tipo de psoríase, a invertida, mais comum em indivíduos negros e HIV positivos.
Tempo frio, pois a pele fica mais ressecada; A psoríase tende a melhorar com a exposição solar.
Consumo de bebidas alcóolicas.
Tabagismo: o cigarro não só aumenta as chances de desenvolver a doença, como também a gravidade da mesma quando se manifesta.

DIAGNÓSTICO
Há vários tipos de psoríase, e o dermatologista poderá identificar a doença, classificá-la e indicar a melhor opção terapêutica. Dependendo do tipo de psoríase e do estado do paciente, os ciclos de psoríase duram de algumas semanas a meses.


Tipos de psoríase

Psoríase em placas ou vulgar

É a manifestação mais comum da doença. Forma placas secas, avermelhadas com escamas prateadas ou esbranquiçadas. Essas placas coçam e algumas vezes doem, podem atingir todas as partes do corpo, inclusive, genitais e dentro da boca. Em casos graves, a pele em torno das articulações pode rachar e sangrar.

Psoríase Ungueal

Afeta os dedos das mãos e dos pés e também as unhas. Faz com que a unha cresça de forma anormal, engrosse e escame, além de perder a cor. Em alguns casos a unha chega a descolar da carne e, nos casos mais graves, a esfarelar.

Psoríase do couro cabeludo

Surgem áreas avermelhadas com escamas espessas branco-prateadas, principalmente após coçar. O paciente pode perceber os flocos de pele morta em seus cabelos ou em seus ombros, especialmente depois de coçar o couro cabeludo. Assemelha-se à caspa.

Psoríase Gutata

Geralmente é desencadeada por infecções bacterianas, como as de garganta. É caracterizada por pequenas feridas, em forma de gota no tronco, braços, pernas e couro cabeludo. As feridas são cobertas por uma fina escama, diferente das placas típicas da psoríase que são grossas. Este tipo acomete mais crianças e jovens antes dos 30 anos.

Psoríase Invertida

Atinge principalmente áreas úmidas, como axilas, virilhas, embaixo dos seios e ao redor das genitais. São manchas inflamadas e vermelhas. (O quadro pode agravar em pessoas obesas ou quando há sudorese excessiva e atrito na região).

Psoríase pustulosa

Nesta forma rara de psoríase, podem ocorrer manchas em todas as partes do corpo ou em áreas menores, como mãos, pés ou dedos (chamada de psoríase palmo-plantar). Geralmente ela se desenvolve rápido, com bolhas cheias de pus que aparecem poucas horas depois de a pele tornar-se vermelha. As bolhas secam dentro de um dia ou dois, mas podem reaparecer durante dias ou semanas. A psoríase pustulosa generalizada pode causar febre, calafrios, coceira intensa e fadiga.

Psoríase Eritodérmica

É o tipo menos comum. Acomete todo o corpo com manchas vermelhas que podem coçar ou arder intensamente, levando a manifestações sistêmicas. Ela pode ser desencadeada por queimaduras graves, tratamentos intempestivos como uso ou retirada abrupta de corticosteróides , infecções ou por outro tipo de psoríase foi mal controlada.

Psoríase Artropática

Além da inflamação na pele e da descamação, a Artrite psoriática, como também é conhecida, causa fortes dores nas articulações. Afeta qualquer articulação, e embora sendo menos grave do que a artrite comum, pode causar rigidez progressiva. Pode estar associada a qualquer forma clínica da psoríase.


TRATAMENTO

O tratamento da psoríase é essencial para manter uma qualidade de vida satisfatória. Nos casos leves, hidratar a pele, aplicar medicamentos tópicos apenas na região das lesões e exposição diária ao sol são suficientes para melhorar o quadro clínico e promover o desaparecimento dos sintomas.

Nos casos moderados, quando apenas as medidas acima não melhorarem os sintomas, o tratamento com exposição à luz ultravioleta A, PUVAterapia, faz-se necessário. Esta modalidade terapêutica utiliza combinação de medicamentos que aumentam a sensibilidade da pele à luz, os psoralenos (P), com a luz ultravioleta A (UVA), geralmente em uma câmara emissora da luz. A sessão da PUVAterapia demora poucos minutos e a dose de UVA é aumentada gradualmente, dependendo do tipo de pele e da resposta individual de cada paciente ao tratamento. O tratamento também pode ser feito com UVB de banda larga ou estreita, com menores efeitos adversos, podendo inclusive ser indicado para gestantes.

Já em casos graves, é necessário iniciar tratamentos com medicação via oral ou injetáveis.

A psoríase pode ter um impacto significativo na qualidade de vida e na autoestima do paciente, o que pode piorar o quadro. Assim, o acompanhamento psicológico é indicado em alguns casos. Outros fatores que impulsionam a melhora e até o desaparecimento dos sintomas são uma alimentação balanceada e a prática de atividade física.

Nunca interrompa o tratamento prescrito sem autorização do médico. Esta atitude pode piorar a psoríase e agravar a situação.



PREVENÇÃO

Não há formas de prevenir a psoríase, mas pessoas que possuem histórico familiar da doença devem ter atenção redobrada a possíveis sintomas.

É importante estar atento aos sinais. Caso perceba qualquer um dos sintomas, procure o dermatologista imediatamente. Quanto mais precoce for o diagnóstico, mais fácil será o tratamento.


10 verdades sobre psoríase
A psoríase não tem cura, mas tem tratamento. Família, amigos e pacientes devem buscar saber mais sobre a doença para ajudar no combate durante as crises. Listamos abaixo dez fatos relevantes que todos devem saber sobre a doença.



1. Psoríase é comum a todos

A psoríase afeta igualmente homens e mulheres, de todas as idades, gêneros e etnias.

2. Psoríase não é contagiosa

Não se sabe ainda o que provoca a psoríase. As causas estão relacionadas a questões genéticas, imunológicas, ambientais e psicológicas. Mas uma certeza você pode ter: a psoríase não é contagiosa. Ninguém pega psoríase pelo toque, ao compartilhar roupas ou objetos ou dormir na mesma cama. É importante que pacientes, familiares e amigos saibam disso. Ajuda a combater o preconceito.

3. Paciente enfrentam preconceito

Algumas vezes, os portadores de psoríase são vítimas de comentários preconceituosos, e podem ser isolados dos grupos. Disseminar informação sobre a doença é a melhor maneira de combater o preconceito. Combata os mitos e divulgue os fatos.

4. Apoio é fundamental

Portadores da doença precisam de apoio de familiares, amigos e colegas de trabalho para que se sintam bem e mantenham seu convívio social.

5. Sintomas podem persistir

Existem muitos tratamentos para a psoríase, mas, mesmo assim, há pacientes que sofrem com sintomas, como a coceira, por exemplo, que não desaparecem. Isso é comum, não acontece só com você. Neste caso, o melhor é procurar o médico e discutir com ele novas possibilidades. Lembre-se de que a psoríase tem ciclos: piora e melhora com eles.

6. Outras doenças podem surgir

Casos graves de psoríase podem estar associados a outras condições como hipertensão, depressão, síndrome metabólica, para citar algumas. O médico deve ser informado do histórico familiar e de manifestações anteriores de outras doenças.

7. Psoríase não afeta só a pele

Embora grande parte dos tipos de psoríase ataque a pele, a doença pode afetar as articulações.

8. Relaxe! Estresse pode agravar a doença.

Crises de psoríase e estresse andam de mãos dadas. Uma das atitudes mais importantes para prevenir novos episódios da doença é criar maneiras de lidar com o estresse. Não há uma receita pronta, cada um encontra seu modo. Exercícios físicos, meditação, momentos dedicados à leitura, um hobby. Tudo pode ser usado como arma para evitar esse mal.

9. Dieta correta ameniza inflamação

Alguns alimentos ajudam a prevenir e aliviar picos inflamatórios. Se você tem psoríase, vale a pena investir neles em sua dieta:

peixes de água fria, como atum, salmão, sardinha, bacalhau, entre outros, que podem diversificar sua dieta. Eles são ricos em ômega 3.
azeite, sementes e nozes também são recomendados por serem ricos nessa substância.
frutas de cores diferentes, verduras e legumes. Quanto mais colorido de vegetais o seu prato, melhor. Cenouras, couve, batata doce, abóbora, brócolis, mangas, figos e morango são alguns exemplos. O morango é rico em ácido fólico, outra substância que ajuda a controlar a inflamação.
10. Viva o sol, um grande aliado

É certo que os pacientes de psoríase sentem-se envergonhados de expor as manchas na pele, mas o sol é importante para o tratamento. Dedique algum tempo para ficar ao ar livre. O sol ajuda a manter a pele mais saudável.


       Ainda não é conhecida a causa que leva as pessoas a desenvolverem a psoríase, doença que se manifesta por lesões cutâneas, geralmente como placas avermelhadas, espessas, bem delimitadas, com descamação. Pode surgir em qualquer local do corpo, principalmente no couro cabeludo, cotovelos e joelhos. Existem várias formas dessa complicação, sendo a mais frequente a psoríase em placa, que ocorre em 80% a 90% dos pacientes.
       Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia, cerca de 3% da população mundial têm a doença, ou seja, mais de 125 milhões de pessoas no mundo. No Brasil, são mais de 5 milhões de homens e mulheres que vivem com o problema, podendo surgir em qualquer fase da vida, mas, geralmente, aparece antes dos 30 anos ou após os 50 anos.


       Muitas dúvidas aparecem quando o assunto é a psoriase. Por isso, o Blog da Saúde entrevistou o presidente da sociedade brasileira de dermatologia, Gabriel Gontijo, para esclarecer mitos e verdades sobre o assunto. Confira!

Blog da Saúde: A psoríase pode ser facilmente tratada com medicamentos caseiros?

Sociedade Brasileira de Dermatologia: Mito. A psoríase é uma doença inflamatória, crônica, com várias fases de manifestação dos seus sintomas e o tratamento pode ir desde medicamentos na pele até outros de uso oral, dependendo do grau de severidade da doença. Logo, não é recomendado medicamentos e preparações caseiros ou até a automedicação. A escolha do tratamento depende de vários fatores, além da gravidade da doença, idade e sexo do paciente, localização das lesões, entre outros, sendo necessário a análise de cada caso para essa decisão. Se há alguma desconfiança do problema, o ideal é que o tratamento venha orientado por um profissional de saúde.

Blog da Saúde: O sol faz bem para todos os tipos de psoríase?

Sociedade Brasileira de Dermatologia: Verdade. Faz bem para todos os tipos já que o contato com o sol ajuda a diminuir a inflamação que é causada pelo sistema imunológico. Só que é muito importante frisar que esse não é o único meio de tratamento da psoríase. O sol faz bem, diminui o número de placas e o tamanho delas, mas é coadjuvante no tratamento. Se já está em tratamento, a pessoa pode tomar banhos de sol de shorts, maiô ou biquíni, nas placas até às 10h da manhã ou depois das 16h. De 15 a 20 minutos por dia.

       Outro fator que pode ajudar na diminuição das placas na pele e que é uma novidade é que quanto mais hidratada ela estiver, melhor são as chances da pessoa controlar a doença e de não ter uma recaída. Um segundo fator interessante é o entender o funcionamento do microbioma, que são aquelas bactérias que a gente chama do bem e que já estão no nosso organismo. A gente tem na nossa pele bactérias e fungos que formam uma parede de proteção sobre a pele. Quando há um desequilíbrio nessa proteção natural, com excesso de banho ou pele seca, banho quente, falta de hidratação, a parede vai diminuir a proteção que exerce. Se há esse desequilíbrio, há uma chance maior de você desenvolver a psoríase.

Blog da Saúde: Existem medicamentos que podem desencadear as placas causadas pela psoríase?

Sociedade Brasileira de Dermatologia: Verdade, mas é algo muito raro de acontecer. O mais comum, entre os fatores de risco para o aparecimento das placas é o consumo de álcool ou fumo. Pessoas com esses hábitos têm maior predisposição ao desenvolvimento da doença, sendo que a suspensão desses melhora muito o seu controle. Pessoas com obesidade, diabetes, hipertensão e que vivem em situação de estresse são mais vulneráveis a terem o desencadeamento das manchas por causa desses fatores. 
Manter hábitos de vida saudáveis é fundamental para o equilíbrio do corpo.

Blog da Saúde: A psoríase sempre vem associada a dores e coceira?

Sociedade Brasileira de Dermatologia: Mito. Tem gente que psoríase no corpo todo e não tem dor. Quando há dor, pode ser nas articulações e aí a pessoa tem artrite. Em torno de 30% dos pacientes podem apresentar acometimento articular, sendo fundamental o reconhecimento precoce dessa manifestação para o início do tratamento adequado. Confira os tipos de psoríase existentes aqui.

Mas a dor na lesão não é um sinal importante para dizer se o paciente tem ou não a psoríase. O diagnóstico da doença é feito a partir de características clínicas, mas em alguns casos, pode ser necessária uma biopsia.

Blog da Saúde: A psoríase, apesar de não ser infecciosa, pode ser transmitida de pai pra filho?

Sociedade Brasileira de Dermatologia: Verdade. É importante esclarecer que não é transmissão infecciosa. O pai não vai passar psoríase se encostar no filho, ou vai abraçar a criança e ela vai pegar a psoríase. A doença é geneticamente transmissível. Aproximadamente, um terço dos pacientes apresentam parentes com psoríase, e filhos de pais com psoríase possuem maior chance de desenvolver a doença. Logo, existe uma predisposição genética para o seu desenvolvimento.

Tratamento disponível no Sistema Único de Saúde (SUS)

        Está disponível no SUS o atendimento integral e gratuito às pessoas que têm psoríase. A abordagem médica para ajudar pacientes a alcançarem períodos prolongados de remissão da doença, foi publicada em 2013 (Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas) e oferece, desde então, tratamentos com fototerapia e fototerapia com fotossensibilização, além de medicamentos. No entanto, a melhor forma de tratamento e administração de remédios deve ser feita com base em avaliação clínica, caso a caso, entre o médico e o paciente.

CID da PSORÍASE

CID 10 - L40.0 Psoríase vulgar
CID 10 - L40.1 Psoríase pustulosa generalizada
CID 10 - L40.2 Acrodermatite contínua
CID 10 - L40.3 Pustulose palmar e plantar
CID 10 - L40.4 Psoríase gutata
CID 10 - L40.5 Artropatia psoriásica
CID 10 - L40.8 Outras formas de psoríase
CID 10 - L40.9 Psoríase não especificada














Para mais informações detalhadas clique nos links abaixo:














FONTES:

5 - NOVARTIS


































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