quinta-feira, 7 de novembro de 2013

VOCÊ PENSA ANTES DE FALAR ? ...QUANTAS VEZES ?

PODER NARRATIVO: UM IMPORTANTE
PASSO PARA O PODER PESSOAL


      Todos temos histórias para contar acerca da nossa própria vida, do que nos aconteceu, como aconteceu, que impacto teve em nós, o quanto nos mudou, o que sofremos, o quanto nos enriqueceram. Somos um aglomerado de histórias que narram a nossa vida, a forma como nos vemos, como vemos os outros. A construção final das memórias que constituem essas histórias, sofrem grande influência da forma como narrámos os acontecimentos. Como os enquadrámos, que palavras utilizámos, que conceitos e crenças instituímos, e que padrão mental se foi edificando. A forma como narramos a nossa própria história influencia positivamente ou negativamente o nosso poder pessoal. Saber escolher as palavras que usamos na construção narrativa da nossa história é uma condição importantíssima na edificação do poder pessoal.
      Exemplo: “Eu sou um fracasso total. Eu não posso acreditar que cometi este erro, isso custou-me meses de tempo e esforço. Eu talvez nunca consiga recuperar. Que idiota fui que não consegui perceber o que estava vindo.”
     Este tipo de autonarrativa pode tomar proporções catastróficas. A pessoa fica à mercê da sua angústia, sofrendo claramente pela interpretação que faz, usando um discurso depreciativo e negativista.

AUTONARRATIVA DESTRUTIVA

      Em consulta deparo-me com pessoas que claramente estão em sofrimento e procuram resolver o seu problema. Mas, maioritariamente focam-se em como o problema as fez sentirem-se falhadas, diferentes, piores que os outros, incapazes, miserabilistas. O problema maior não está no próprio problema, mas sim na forma como personalizam negativamente o problema, narrando a história do acontecimento de forma tremendamente autodepreciativa. Falar com você mesmo acerca do quão inútil você é, não é útil. Sim, você pode estar a sofrer uma perda, uma dor infligida por outrem, mas há um custo enorme ao contar a sua história de forma limitante. Você deita fora o seu maior poder. Quando você define o seu “eu”, como sendo “um fraco” perde a sua capacidade para efetuar uma mudança positiva.

    Às vezes é mais importante saber como o seu próprio crescimento funciona, do que saber como aprender coisas específicas para melhorar. Você não pode mudar nada, a menos que primeiro você acredite na sua capacidade de conduzir a mudança. Isso é o que permite que você comece a envolver-se com ideias construtivas, resolver problemas, mobilizar os outros, e concentrar a sua energia na solução do problema. Por outras palavras, para você conseguir um impacto positivo, importa pensar em si mesmo como “eu tenho valor e consigo reerguer-me”, e não como “sou um incapacitado e vou permanecer no estado que me encontro.”

     A maioria de nós falamos para nós mesmos de maneiras que nunca falaríamos com ninguém. Mais do que recomendado, muitas das vezes podemos tender a ser cruéis conosco quando sofremos um fracasso. Se você espera “acertar” todas as vezes quando algo não acontece como esperando, a tendência pode ser culpabilizar-se pelo fracasso. Tende a acreditar que deveria ter previsto o mau resultado e precavido a situação. Na base dessa culpabilização destrutiva pode estar a crença de que você deveria ser capaz de controlar tudo, de antecipar os erros, fracassos e decepções. Mas, deixe-me dizer-lhe, essa é uma crença irrealista. Ninguém não falha, ninguém não erra. Todos somos suscetíveis ao erro. Se nos rotularmos de forma depreciativa, certamente a narração do eu não será benéfica. Passamos a usar um discurso para nós mesmos como se fossemos o nosso pior inimigo a falar-nos constantemente ao ouvido. Imagina o poder destrutivo que isso pode ter? Quer isso para você? Acredito que não.


PODER PESSOAL = PODER NARRATIVO

       As causas de você ter desenvolvido uma narrativa interna de autoavaliação destrutiva acerca das suas ações e desempenhos, podem ser muitas ou múltiplas. Pode ter tido uns pais demasiado rígidos e críticos, pode ter instituído padrões de perfeccionismo, pode ter desenvolvido um sentimento de inferioridade. Independentemente do que possa estar na origem, o que importa agora perceber é o quanto o seu poder narrativo pode estar a destrui-lo. Para ajudá-lo nesse processo, leia: 7 Maneiras de identificar o seu diálogo autocrítico.

        Depois dessa análise, torna-se premente ficar ciente que se mudar o autodiscurso que tem vindo a ter e orientá-lo para formas mais construtivas e positivas, você ficará na posse de um enorme poder pessoal para conduzir a sua vida: O poder narrativo. Transforme-se no criador da sua história e da sua vida. Converse com você como um amigo, e não como um inimigo. E lembre-se, você não pode mudar nada, a menos que primeiro olhe para si mesmo como sendo suficientemente poderoso para agir deliberadamente. A maneira como falamos de nós mesmos concede-nos o poder, o poder narrativo, do que acontece em seguida. Recomendo que leia: Cuidado com as suas palavras, 8 formas de otimizar o seu diálogo interno.


7 MANEIRAS DE IDENTIFICAR O SEU DIÁLOGO AUTOCRÍTICO

Certamente os nossos pensamentos comandam a nossa vida. Pelos menos aqueles pensamentos que decidimos que nos servem, e que repetidamente vamos tendo e nos orientam as ações no nosso dia-a-dia. No entanto, quando estamos a ter uma sequência lógica de pensamentos acerca de algo ou de alguém, vai-se formando na nossa mente um diálogo interno suportada por uma determinada lógica de raciocínio, que comporta em si a nossa usual forma de pensar acerca das coisas, de nós, dos outros e do mundo em geral. Ao longo da vida vamo-nos familiarizando com as nossas forma de diálogo interno, ficamos tão apegados e acostumados que na grande maioria das vezes não temos consciência das coisas que dizemos a nós mesmos, mas que têm um impacto enorme na nossa vida, positivo e negativo.

Ainda que consigamos perceber que podíamos usufruir de melhorar alguns dos nossos diálogos internos autocríticos, por vezes esbarramos com a incapacidade que temos de identificá-los, para que de forma eficaz e assertiva possam ser alvo da nossa intervenção e consequente melhoria.

Então, como é que você sabe se o seu diálogo interior autocrítico e irracional, está tomando conta dos seus pensamentos ? Ou se você está apenas sendo realista?

Geralmente, todas estas vozes silenciosas não estão em operação de uma só vez, mas pelo menos 2 ou 3 estão presentes. Reconheça o seu diálogo interior autocrítico:
1. A sua voz critica-o duramente. Se você ouvir uma voz dizendo coisas que você nunca diria a outra pessoa, provavelmente accionou o seu diálogo crítico dilacerante. Esta voz silenciosa começa a pegar nas suas memórias de incapacidade, recolhendo episódios passados de coisas que lhe correram mal, relembra-o dos seus fracassos, das suas falhas, aumentando-lhe as incertezas no futuro e exacerbando-lhe as dúvidas acerca de si mesmo. Você começa então a fazer uma autoavaliação, como se fosse o seu pior inimigo, como se ele lhe falasse ao ouvido acusando-o de tudo e mais alguma coisa, no sentido de o deitar abaixo. O seu diálogo virou-se contra si mesmo. Então você identificou-o. Tome medidas.

2. Se você sentir que está a perder o controle dessa voz, como se ela tivesse vontade própria, mais do que sendo criada por si mesmo, como se ela invadisse o seu pensamento em vez de estar alinhada com os seus pensamentos baseados nos seus valores e objetivos, é o seu diálogo interno autocrítico.

3. A voz crítica repete-se com frequência. Se você é atormentado pelos mesmos pensamentos negativos, depreciativos e incapacitantes recorrentemente, isso não é realmente pensar de forma útil, mas sim ouvir um disco quebrado, é o seu diálogo interior autocrítico .

4. Se você “ouvir” um pensamento que sabe de fonte segura que é irracional ou falso e sem sentido (distorção cognitiva), mas sente dificuldade em desapegar-se dele, sendo persistente e incisivo, é o seu diálogo interno autocrítico.

5. A voz interna também pode atacá-lo veementemente por você hospedar os pensamentos negativos que essa mesma voz foi  repetidamente contribuindo para a sua construção. Depois a voz critica, ou relata o pior cenário possível de acontecer:  ”Não sejas tão inseguro, as outras pessoas estão confiantes e relaxados … é só olhar o João.” ou, “Pois a pensares assim, certamente vais fazer asneiras.”

6. Embora o diálogo interno autocrítico lhe faça autosabotagem, elabora argumentos sobre o que é do seu interesse, o que é realista, eficaz, o que irá protegê-lo do dano, o que vai garantir-lhe o melhor resultado. Os truques interiores  autocríticos acabam por enquadrar o seu argumento em termos daquilo que é melhor para nós. É como que uma consciência a lembrar-nos o que é melhor para nós, mas ao mesmo tempo passando a mensagem de que não somos capazes, mas devíamos.

7. O diálogo interior autocrítico pode buscar inspiração perniciosa de pessoas que na sua vida desempenhem ou desempenharam um papel crítico (exterior). A voz silenciosa adapta-se e  expande-se para além do seu próprio comportamento e, muitas vezes existe como uma versão das vozes dessas pessoas dentro da sua própria cabeça. Você pode ouvir os ecos de um pai, um irmão, um chefe, ou a voz das instituições sociais ou grandes forças culturais, tais como a sua religião, país ou empresa.

A identificação do seu diálogo interno autocrítico pejorativo é o primeiro passo para conseguir ganhar consciência dos padrões de pensamento que podem estar a prejudicar-lhe a vida, a minar-lhe a autoestima e autoconfiança e a contribuir para a autoabotagem e alguns fracassos. O diálogo autocrítico pode ainda ser um potenciador de problemas associados à ansiedade, tais como ataques de pânico, ansiedade generalizada ou preocupação excessiva. Pode ainda contribuir para a ocorrência de estados deprimidos ou para os sintomas da depressão. Muitos dos nossos problemas pessoais, e a sua consequente melhoria podem usufruir de forma muito positiva na identificação do nosso diálogo interno autocrítico, para que posteriormente possamos pouco a pouco instituir formas de pensamento positivo.

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CUIDADO COM AS SUAS PALAVRAS: 8 FORMAS DE OTIMIZAR O SEU DIÁLOGO INTERNO

     Falar em voz alta para si mesmo em público não é sinal de uma boa saúde mental, mas manter um diálogo interno é bastante normal e muito útil. Na verdade, as conversas internas têm um forte impacto sobre o bem-estar emocional e a motivação. Tornar-se consciente do que você está dizendo exatamente  para si mesmo, sobre si mesmo, pode ajudá-lo a entender porque por vezes reage de determinada maneira com as pessoas e nas situações da sua vida. Pode também ajudá-lo a controlar o seu humor, repetir sucessos e reorientar as suas ações, falhas e erros.

AUTO-REALIZAÇÃO DE PROFECIAS

     O diálogo interno positivo pode contribuir muito para a construção da sua confiança libertando-o para usar os seus talentos ao máximo. Por exemplo, se tem medo de falar em público, use a sua voz interior para se tranquilizar: “Eu consigo fazer isto. Já fiz isto bem antes, consigo voltar a fazer”. Por trás do nervosismo, seja medo de falar em público, medo de fracassar, medo de chumbar num exame, fobia social, ou outro qualquer tipo de medo,  podem muito bem estar suportados por pensamentos negativos, que alimentam esse próprio medo, tais como: “Há 300 pessoas lá fora! Eu nunca vou ser capaz de prender a sua atenção.”

      Para o bom ou para o mau, o nosso diálogo interno tem em si o potencial para tornar-se numa auto-realização de profecias. Ou seja, o seu discurso orienta as suas ações, influencia as suas crenças, aumentando a probabilidade de acontecer aquilo que teme, ou pelo contrário, aquilo que deseja que aconteça. É por isso que é tão importante monitorizar a sua voz interior.

COERÊNCIA NO DIÁLOGO INTERNO

Mas não podemos confundir auto-verbalizações positivas, com afirmações meramente “positivas” desprovidas de conteúdo, sentido, ou pior ainda, ilusórias. Tal como já referi no artigo: Pense positivo, insista no pensamento positivo. Por exemplo, se eu fosse dizer a mim mesmo que eu não sou bom em desenho artístico, o meu diálogo interno seria negativo, mas não falso. A verdade é que tenho dificuldades em desenhar. Por outro lado, se eu disser que não consigo desenhar nada, estaria pensando negativamente, e a fazer uma generalização abusiva, e isto sim é pejorativo. O que é preciso levar em consideração na construção do seu diálogo interno é a precisão, lógica, especificidade, que dependa de si, discurso voltado para a ação e que esteja de acordo com as suas crenças.

Há no entanto momentos, em que você começa a ouvir mensagens negativas vindas da sua voz interior. Então é hora de corrigi-las usando algumas das técnicas da terapia cognitiva-comportamental que irei descrever mais adiante.


Dica: “Cuidado com as suas palavras” ou “o uso das suas palavras” elas são poderosas e comunicam aquilo que desejamos e como nos percepcionamos. 

ORIENTE O SEU DIÁLOGO INTERNO DE ACORDO COM O QUE PRETENDE REALIZAR

O seu diálogo interno, ou seja, as palavras que usa para descrever o que está acontecendo com você, e para informar como se sente acerca dos eventos externos, determina a qualidade da sua vida emocional. Quando você vê as coisas de forma positiva e construtiva e procura o melhor em cada situação e em cada pessoa, você ganha uma tendência a permanecer naturalmente positivo e otimista. Dado que a nossa qualidade de vida é determinada pela forma como nos sentimos, pensamos e agimos, momento a momento, uma das metas mais importantes que eu recomendo é a utilização de técnicas psicológicas para a promoção do hábito de pensar sobre o que queremos e afastarmos o pensamento daquilo que não queremos ou que tememos.

A psicologia em geral, e particularmente a psicologia positiva oferece-nos estratégias, técnicas e abordagens que facilitam a construção de uma estrutura mental positiva, tal como descrevi em alguns artigos que expressam a importância de conscientemente reestruturarmos o pensamento, mudar crenças e saber lidar com os pensamentos e sentimentos negativos.
Dica: Reflita acerca do tipo de palavras que utiliza para guiar as suas ações, para gerir as suas emoções, para reorientar os seus pensamentos.

Que tipo de palavras usa para aumentar a sua motivação? Está consciente das mensagens que envia para si mesmo e o quanto influenciam os resultados que obtém?

As palavras são tão poderosas e refletem os nossos pensamentos. Apresento oito palavras comummente usadas nas nossas conversas diárias connosco  mesmo e o que precisamos monitorizar e alterar, a fim de promovermos os resultados que desejamos alcançar.

TENTAR

“Eu vou tentar terminar isso …” “Eu vou tentar passar aí no sábado”

Sempre que ouço alguém dizer isso, ou até mesmo eu, então eu sei que a pessoa não está convicta do que pretende e a probabilidade de realizar o que prometeu tentar é tremendamente reduzida. Tentar é uma palavra insípida que é desprovida de compromisso, deixando aberto um espaço para desculpas e entraves no caminho daquilo que supostamente se pretende.  Ninguém criou a vida de seus sonhos e resultados positivos, apenas tentando. Intenção não é ação. Obtém-se resultados fazendo as coisas acontecerem.

Faça um compromisso mais claro dizendo “Eu vou ter isso pronto por volta das …” “Eu estou livre neste momento e eu posso passar por aí …” ou em caso de necessidade: “Eu não posso prometer nada, mas eu farei o meu melhor para … “.

DESEJO

Se apenas desejar, é como se permanecesse sentado no seu sofá a sonhar acordado, esperando por ganhar a lotaria ou que a fada madrinha apareça. Desejar de forma passiva, sem ação ou comportamentos voltados para os resultados, remove-o da equação de eficácia e transmite-lhe a mensagem que você tem que confiar em algo externo a si.

Mude a palavra desejo, para “Eu vou … Eu estou convicto que … Eu estou determinado …. Eu mereço … Eu estou a reunir recursos para … Eu faço…”.

EU SOU

Tenha muito cuidado como você usa o termo “Eu sou” para definir quem você é. Você não é hostil, você não é deprimido, você não é feliz. Todas estas coisas são emoções temporárias que vêm e vão. Se você se define como sendo desta ou daquela forma relativamente à sua identidade, pode ter uma tendência para prender-se a isso e passar a agir de acordo com isso, construindo desculpas como “Eu não posso fazer isso porque estou deprimido” “Não há nada que eu possa fazer sobre isso, este é quem eu sou. “ Este tipo de colagem ao sentimentos provocam uma desadequação em determinadas situações e ambientes.

A melhor maneira de dizer é “Eu estou a sentir raiva. Eu sinto-me deprimido”. Isso permite que se saiba que é um sentimento temporário, que não é permanente e que pode facilmente mudar para outro estado.

SE

Quantas vezes você murmura: “Se eu conseguisse uma promoção então … Se o dinheiro chegasse, então …”
“Se” apresenta sempre o elemento de dúvida. Dúvida e insegurança não trazem o que você quer, certeza e confiança fazem as coisas acontecerem. Então, ao invés de “se”, simplesmente transforme essa palavra para ”quando”

Um discurso mais virado para a ação e vontade própria seria: “Quando eu conseguir o emprego novo …. ”

A palavra “quando” emite e faz ressoar sinais de que você é coerente e comprometido, que acredita que está no caminho certo para alcançar o que pretende.

DEVERIA

Novamente uma palavra virada para a promessa, mas igualmente insípida. “Eu deveria ligar mais vezes para a minha mãe .” “Eu deveria ir ao ginásio esta noite.” A palavra deveria está repleta de sentimentos de culpa e complacência. Você sabe que nunca vai fazer isso e se de alguma forma disser a si mesmo que reconhece que deveria fazer uma determinada coisa, que só por isso se irá sentir melhor. Realmente não, isso é uma ilusão, a única coisa que poderá contribuir para sentir-se melhor, é fazer exatamente aquilo que verbalizou que deveria fazer. Nem mais, nem menos, simplesmente fazer.

Substitua a palavra “deveria”, por: “Eu vou fazer…” ou ” Agora tenho de…”

EU NÃO CONSIGO

Esta é uma daquelas palavras que podem ser polémicas. Todos nós já ouvimos alguém dizer que não há tal coisa como não consigo. Eu não pretendo ser tão radical, porque efetivamente por vezes existem coisas que não somos capazes de fazer. Eu não consigo cantar bem, mas posso cantar. Poder posso, mas sou terrível. No entanto, com muito esforço e dedicação, eventualmente, posso conseguir aprender.

Assim que o seu cérebro ouve a palavra não consigo, ele tira folga. Desliga-se e fica em standby, porque já não tem que encontrar uma maneira de realizar essa tarefa. Se disser, “Eu posso tentar” significa que você abriu um espaço criativo para aprender e explorar novas formas de fazer as coisas.

Quando um atleta me diz: “Treinador, eu não consigo”, a minha resposta é: “Talvez, mas você pode sempre tentar fazer e depois logo se vê se consegue ou não. Faça algo, depois corrigimos e melhoramos o que há para melhorar”.

DESESPERADO

Quando realmente queremos algo, há uma tendência para anexar a palavra desesperado ao que queremos determinantemente, como se essa palavra incrementasse algum poder no sentido de mais rapidamente alcançarmos o que queremos.

“Estou desesperado para  que ele me chame.” “Estou desesperado para sair daqui.”

O desespero faz com que se desespere ainda mais acerca das coisas. Não é uma palavra atraente, não é uma palavra capacitadora. É uma palavra de urguência sem controlo,  acabando por promover a ansiedade.

Em vez disso diga: “Estou tão animado que acredito que me chamem esta noite.”  “Eu realmente desejo uma transferência para outro lugar e estou pronto para ir!”

SORTE

Esta é uma palavra que raramente utilizo. Eu realmente abomino quando oiço coisas do género:  como ouço muitas vezes dizerem-me: “Você teve sorte em ter um atleta nato para o desporto.”

Eu só quero gritar. Sorte não tem nada a ver com isso. Eu trabalhei e aproveitei o facto de ter a oportunidade de treinar um atleta com características favoráveis para a prática do desporto. No entanto, proposemo-nos a trabalhar para algo que nunca alguém tinha alcançado. Com esforço, dedicação e muita vontade de obter bons resultados. A sorte não teve qualquer influência no sucesso.

Se você atribuir o sucesso de outras pessoas ao fator sorte, estará a fazer duas coisas prejudiciais:

1) Não reconhecer e valorizar todo o trabalho duro que essas pessoas colocaram na sua vida em prol de alcançar o que queriam.

Mas o mais importante:

2) Você está dizendo que não é possível para você. Então você desiste antes mesmo de começar a criar a vida que quer para si. Você acha que só vai acontecer o que quer se lhe aparecer o génio da lâmpada mágica. Isso é uma ilusão. Você pode ter o que quiser, desde que esteja disposto a fazer o que é preciso para obtê-lo.

Dica: Escolha as suas palavras cuidadosamente e em breve você vai perceber o quanto potenciam o que você quer ser, fazer e ter.

Resumo do texto do livro de Dr.Miguel Lucas-ESCOLA PSICOLOGIA

Foto:Arq.Felixfilmes.



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