terça-feira, 4 de fevereiro de 2020

CORONAVÍRUS - O MAL DO SÉCULO 21



        Um novo vírus que ataca o sistema respiratório e se espalhou a partir da região de Wuhan, na China, foi classificado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como emergência internacional. Ele pertence à família dos coronavírus, um grupo que reúne desde agentes infecciosos que provocam sintomas de resfriado até outros com manifestações mais graves, como os causadores da Sars (sigla em inglês para Síndrome Respiratória Aguda Grave) e da Mers (Síndrome Respiratória do Oriente Médio).
“Falamos de uma ampla família de vírus, que acometem praticamente todas as espécies, de répteis a mamíferos”, contextualiza o infectologista Celso Granato, do Fleury Medicina e Saúde. De acordo com as investigações ainda em andamento, o novo coronavírus, que infectou mais de 17 mil pessoas e matou pelo menos 360 até o momento, pode ter origem em serpentes ou morcegos — inclusive se especula que a ingestão de um desses animais teria originado o surto. Apesar de um estudo chinês ter encontrado uma relação do novo coronavírus com cobras, não existe consenso entre os cientistas sobre a origem da doença. Muitos apostam que outro animal possa estar envolvido com o início do problema na China.
       O fato é que coronavírus diferentes podem sofrer mutações e se recombinar, dando origem a agentes inéditos. Pulando entre espécies animais (os hospedeiros), eles eventualmente chegam aos seres humanos. “É um processo que tem semelhanças com o que acontece na gripe. Na gripe suína, um porco pegou o vírus de aves e, na recombinação de vírus diferentes dentro do animal, surgiu um H1N1 que conseguiu passar para os seres humanos“, explica Granato.
          Tudo leva a crer que o novo coronavírus tenha sido originalmente transmitido para o ser humano de um animal e ainda em esteja em processo de evolução e adaptação. “Embora a transmissão de uma pessoa para outra já tenha sido detectada, até agora não está clara a importância da transmissão interhumana”, diz a infectologista Lígia Pierrotti, do laboratório Delboni Auriemo. 
     Seguindo o padrão dos coronavírus e a perspectiva de o agente aperfeiçoar sua propagação entre os humanos, existem algumas vias principais de transmissão. De acordo com o pneumologista Elie Fiss, professor titular da Faculdade de Medicina do ABC, os coronavírus normalmente são transmitidos pelo ar, por meio de tosse ou espirro, contato pessoal próximo ou com objetos e superfícies contaminadas.


O que o novo coronavírus faz e quais seus sintomas?
      Pesquisadores e autoridades de saúde estão mobilizados em entender melhor o comportamento desse agente infeccioso e evitar sua disseminação geral. Além do alerta da OMS, o Brasil e outras nações deram início a um plano de vigilância e contenção de casos suspeitos — por ora não há episódios confirmados por aqui.
Mas falamos de um vírus perigoso? O número de vítimas na China fez soar o alerta, sobretudo para o risco de pneumonia e insuficiência respiratória em pessoas mais velhas e que já tenham outras doenças.
       “O novo coronavírus causa, em geral, sintomas respiratórios mais leves que os da Sars e da Mers e os sinais clínicos mais referidos são febre e tosse. Até o momento, a letalidade também é menor que a associada a Sars e Mers“, relata Lígia. Um estudo com uma família infectada pelo novo coronavírus sugere que é possível que ele permaneça no corpo sem manifestar sintomas. Isso dificultaria o controle, uma vez que esse agente infeccioso poderia ser transmitido por pessoas aparentemente saudáveis.
      O professor Elie Fiss conta que a Sars é uma condição causada por um coronavírus diferente cujos primeiros relatos surgiram também na China em 2002. “Ela se disseminou rapidamente por mais de 12 países na América do Norte, América do Sul, Europa e Ásia, infectando mais de 8 mil pessoas e causando em torno de 800 mortes antes de a epidemia ser controlada em 2003”, lembra o pneumologista.
       Em 2012, por sua vez, outro coronavírus espalhou o terror na Ásia. Esse foi identificado inicialmente na Arábia Saudita e se alastrou pelo Oriente Médio, afetando pessoas que circularam pela região. Provocava um colapso respiratório e ganhou o noticiário com a sigla Mers.
Tanto o vírus da Sars quanto o da Mers parecem mais mortais que o novo coronavírus de Wuhan. Segundo Lígia, a letalidade chega a 10% dos casos na Sars e a 40% nos episódios de Mers.
     De acordo com Fiss, a maioria dos óbitos ligados ao atual coronavírus têm acontecido em indivíduos que já possuíam doenças associadas.
   A atenção da OMS e das autoridades não é em vão. Celso Granato explica que possivelmente o vírus ainda se encontra em processo de mutação e nosso organismo não tem mecanismos de defesa para combatê-lo adequadamente. Na ausência de uma vacina ou de um tratamento específico, o melhor conselho é evitá-lo mesmo.


Como se proteger?
       Para os brasileiros, cabe frisar: a maioria dos casos da doença tem relação direta com os territórios chineses acometidos, que inclusive já foram isolados. Alemanha, Japão e Vietnã foram as primeiras nações além da China a apresentar casos autóctones — ou seja, transmitidos dentro dos próprios países.
Por aqui, um episódio suspeito em Belo Horizonte já foi investigado e o veredicto é que não se tratava do problema. Outros casos seguem em investigação pelo Ministério da Saúde.
     “Pessoas que apresentam sintomas respiratórios e não tenham passagem por essas áreas de circulação do vírus nem contato com casos suspeitos ou confirmados não precisam se preocupar”, tranquiliza Lígia.
      A primeira medida de prevenção é evitar viajar a Wuhan e região, bem como a cidades que possam vir a alojar surtos. Se inevitável, os médicos Elie Fiss e Celso Granato aconselham algumas medidas básicas de proteção, que inclusive se aplicam a outros agentes infecciosos transmitidos pelo ar e por gotículas de saliva:
Evite aglomerações e contato próximo com outras pessoas
Cubra o nariz e a boca com lenço descartável ao tossir ou espirrar (e descarte o material em local adequado)
Lave as mãos a cada duas horas e principalmente após passar por estabelecimentos ou transportes públicos
Procure não tocar olhos, nariz e boca
Não compartilhe copos, toalhas e objetos de uso pessoal
Dependendo do local, compre e use máscaras que cobrem boca e nariz

Uma breve linha do tempo sobre o novo coronavírus
Dezembro de 2019: uma doença ainda misteriosa aparece em Wuhan, na China, e começa a preocupar as autoridades locais.
8 de janeiro: pesquisas comprovam que o agente causador da condição era um novo coronavirus:
16 de janeiro: A OMS confirma os primeiros casos no Japão e na Tailândia. Os indivíduos acometidos tinham viajado para Wuhan nos dias anteriores.
17 de janeiro: Aeroportos americanos passam a realizar exames de triagem para evitar a entrada do vírus no país. Alguns dias depois, um caso é confirmado por lá, na cidade de Seattle.
22 de janeiro: A Secretaria de Saúde de Minas Gerais notifica um caso suspeito em Belo Horizonte. Logo a informação é descartada pelo Ministério da Saúde. Na China, autoridades decidem fechar todos os meios de transporte (avião, trem e ônibus) em três províncias, afetando 20 milhões de pessoas.
23 de janeiro: Comitê de Emergência da OMS decide não declarar o coronavirus como uma ameaça de saúde pública internacional. O principal motivo para isso é o fato de os casos estarem restritos à China.
26 de janeiro: Durante o final de semana, novos casos são confirmados na Europa (França e Alemanha) e na África (Costa do Marfim). Estados Unidos notifica outros três casos.
27 de janeiro: Prefeito de Wuhan admite que demorou para agir e pede demissão do cargo.
28 de janeiro: Em coletiva de imprensa, Ministério da Saúde informa que há um caso suspeito em Belo Horizonte. O paciente viajou de Wuhan para o Brasil e apresenta sintomas compatíveis com a infecção. Resultados dos exames são aguardados.
30 de janeiro: a Organização Mundial da Saúde declara que o surto de coronavírus é uma emergência de saúde pública global.
2 de fevereiro: após apelo em vídeo de brasileiros que moram Wuhan, na China, Governo Federal decide trazer cidadãos de volta ao país. A discussão está em como mantê-los em quarentena e como será realizado esse esquema.


GRUPOS DE RISCO

    O coronavírus e seus sintomas mais graves surgem especialmente em pessoas mais velhas e que tenham alguma doença crônica. Essa é uma das conclusões de um novo estudo publicado no The Lancet por pesquisadores da China.

    No trabalho, os cientistas avaliaram todos os casos confirmados dessa infecção respiratória que deram entrada entre 1º e 20 de janeiro de 2020 em um hospital de Wuhan, o provável epicentro do surto. Foram 99 indivíduos ao todo.

     Entre eles, 55% possuíam algum problema crônico. Diabetes, doenças cardiovasculares, males digestivos ou respiratórios e câncer estavam entre eles. Além disso, a média de idade dos pacientes era de 55 anos — 37% estavam acima dos 60 anos.

   Segundo o trabalho chinês, isso ocorreria porque o envelhecimento e essas enfermidades tendem a diminuir a imunidade contra infecções em geral.

    Aliás, os pesquisadores também notaram que mais homens foram parar nesse hospital por causa do coronavírus. Dos 99 enfermos, 67 eram do sexo masculino (68%). “A reduzida suscetibilidade das mulheres a infecções virais pode ser atribuída à proteção do cromossomo X e aos hormônios sexuais, que exercem um papel no sistema imunológico”, escrevem os autores, no artigo.

     Os sintomas mais comuns entre esse grupo hospitalizado pelo coronavírus foram febre, tosse e falta de ar. Dores musculares e de cabeça, bem como confusão mental, irritação na garganta e desconforto no peito também foram observados.
Se você é idoso, talvez esteja assustado com as últimas notícias sobre o coronavírus. Elas informam que mais da metade das vítimas dessa infecção tem mais de 50 anos de idade e diagnóstico de alguma doença crônica.

      O novo vírus, que ataca o sistema respiratório, teve seu ponto de partida na região de Wuhan, na China, deixando o mundo todo em alerta. Apelidado pelos cientistas de 2019-nCoV, ele pertence à família dos coronavírus, um grupo que reúne desde agentes infecciosos que provocam sintomas de resfriado até outros com manifestações mais graves, como os causadores da SARS (sigla em inglês para Síndrome Respiratória Aguda Grave) e da MERS (Síndrome Respiratória do Oriente Médio).

     De acordo com um artigo publicado pelo jornal americano o New York Times, o maior índice de mortalidade foi entre os idosos. Em média, os afetados teriam 75 anos de idade.


Porque os idosos são mais suscetíveis ao coronavírus?
     Um motivo importante é a imunossenescência. Trata-se de um processo natural do envelhecimento, que diminui a capacidade do sistema imunológico. Como resultado, aumenta de modo geral a incidência de doenças infectocontagiosas em idosos. Isso vale para o coronavírus, para a gripe e por aí vai.

     Quando os idosos apresentam comorbidades (a exemplo de diabetes, cardiopatia e doenças pulmonares como o DPOC), o risco de infecção e complicações sobe ainda mais.

       Não há no momento um tratamento específico para o novo coronavírus. E, se também não temos uma vacina, como se prevenir desse agente infeccioso originário da China?

     Antes de tudo, é importante reforçar que nosso país não integra os lugares onde o coronavírus está circulando até agora — temos casos confirmados na Ásia, Europa, Oceania e América do Norte. Ainda assim, a população brasileira está preocupada com esse novo vírus, porque não conhecemos a fundo seus sintomas e complicações e mesmo sua capacidade de transmissão.

      Diante disso, veja as respostas para oito dúvidas comuns sobre como se proteger dessa doença. Elas foram escritas a partir de documentos da Organização Mundial da Saúde e da Sociedade Brasileira de Infectologia e de uma entrevista com o infectologista Alberto Chebabo, do centro Sérgio Franco Medicina Diagnóstica, que pertence ao Grupo DASA:


1. Medidas de higiene pessoal ajudam a se prevenir do coronavírus?
     Ele é transmitido por gotículas de saliva e catarro que se espalham pelo ambiente. Até por isso, a principal forma de prevenção é lavar as mãos com água e sabão frequentemente, em especial após tossir, espirrar, ir ao banheiro e mexer com animais. Ter um frasco de álcool gel na bolsa também é indicado.
Ao adotar essa estratégia, evita-se que o vírus acesse seu organismo após você colocar as mãos em uma superfície contaminada. A mesma medida, aliás, vale para afastar o risco de gripe e outras tantas infecções.

2. Como evitar a infecção em locais públicos?
     Primeiro, reforçamos que não há motivo para pânico. A mortalidade do coronavírus não parece ser muito alta e ele não está disseminado no Brasil.

    Ainda assim, vale seguir aquela recomendação aplicada a qualquer doença que se dissemina pelo ar: mantenha distância de pessoas que apresentem sintomas como tosse, coriza e febre.

    Por outro lado, ao espirrar e tossir, cubra o rosto com um braço ou lenço descartável. Seguindo essas orientações, você cuida de quem está ao seu redor e de si mesmo.


3. Usar máscara no rosto evita o coronavírus?
     Você provavelmente já viu imagens de pessoas nas ruas da China com máscaras no rosto em reportagens dos telejornais. E sim: ela pode reduzir um pouco o risco de infecção.

      No entanto, o acessório é recomendado em situações locais de surto intenso. Esse é o único cenário no qual se indica a máscara para a população geral.

     Até porque, quando não empregada corretamente, ela só dá uma falsa sensação de segurança. No mais, de pouco adianta vestir esse equipamento e não lavar as mãos.


4. Posso viajar para lugares onde há circulação do vírus?
     O Ministério da Saúde, o Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos (CDC) e a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) recomendam que viagens para a China sejam realizadas somente em situações de extrema necessidade. Até agora, não há restrições para outros destinos — mesmo onde surgiram alguns poucos casos, como nos Estados Unidos.
    Se for impossível adiar uma ida à China, siga as medidas de higiene pessoal e evite grandes aglomerações. Também prefira alimentos cozidos e não compartilhe talheres.

    Ah, e lembre-se de não passar as mãos nos olhos, nariz e boca ou entrar em contato com bichos doentes.

    Outro conselho é manter a caderneta de vacinação em dia, mesmo que não haja imunizante para o novo problema. Isso porque, em conjunto com o coronavírus, outros vírus e bactérias causariam estragos adicionais.

     Um estudo chinês, publicado no periódico The Lancet, investigou os sintomas e grupos mais vulneráveis a essa doença e mostrou que a maior parte dos quadros graves se deve à imunidade baixa dos pacientes.

    Ou seja: o coronavírus é mais perigoso para quem está com o sistema imunológico fraco, o que pode ocorrer devido à ação de outras infecções, a exemplo da gripe, que tem vacina.

5. Quais as orientações para quem acaba de chegar da China?
     Basicamente, fique atento aos sintomas. Se você apresentar febre e sintomas respiratórios dentro de 14 dias, compareça à unidade de saúde mais próxima e não deixe de informar seu histórico de viagem.


6. Tenho que tomar algum cuidado especial em aeroportos?
     Como ali há deslocamento de pessoas do mundo todo, é crucial aderir às medidas de higiene e prevenção em locais públicos.

     Nos aeroportos brasileiros, há distribuição de materiais informativos e avisos nos auto-falantes sobre como se comportar. A principal medida é que pessoas com quadro febril procurem o atendimento da Agência Nacional de Vigilância Sanitária no próprio local.


7. Posso comprar produtos importados da China?
     Boa notícia para quem anda preocupado com as compras online: não há possibilidade de o vírus continuar ativo até chegar no Brasil.

    Fora de um organismo vivo, o coronavírus não sobrevive por muito tempo. Como o tempo de deslocamento dos produtos de lá para cá é grande, ele não resistiria à viagem.


8. Vou conseguir comemorar ou viajar no Carnaval?
     Por enquanto, não há restrições além das que foram citadas. Caso algo mude, o Ministério da Saúde irá informar a população.

      Agora, o Carnaval é um momento em que muita gente de locais diferentes se aglomera, seja na praia, nos blocos de rua ou nos sambódromos. Falando de coronavírus ou não, a recomendação é não ficar perto de pessoas com sintomas de infecções respiratórias e, se estiver doente, evitar as festividades.

COMO E A CARACTERÍSTICA DO CORONAVIRUS


      Quanto à família dos coronavírus, o RNA é usado para sua transferência genética, que é envolvida dentro de uma concha dupla construída principalmente com 3 ou 4 proteínas distintas. Uma dessas proteínas é chamada (S) de "pico" porque se projeta do vírus, e é isso que determina em que tipo de célula o vírus se aterá e infectará. Como (S) geralmente possui cerca de 1300 aminoácidos, isso permite uma variabilidade considerável na composição de aminoácidos entre as proteínas de "pico" de coronavírus. Quando um vírus infecta uma célula, ele é desmontado e seus genes estranhos são copiados repetidamente. Mas, como um documento que foi copiado ou enviado por fax muitas vezes, a fidelidade é baixa. Isso significa uma abundância de mutações, e nem todos os novos vírus 'bebês' serão geneticamente idênticos ao vírus 'pai', para melhor ou para pior. Então, quantas mutações precisam ocorrer para gerar um novo vírus? Isso pode depender de muitos fatores, mas o arranjo de aminoácidos na proteína 'spike' na EMC / 2012 é64-67% são idênticos aos dois vírus morcegos dos quais se acredita terem emergido. Isso demonstra outra complexidade: freqüentemente novos vírus são o resultado de uma espécie ser infectada simultaneamente por dois vírus semelhantes, criando a oportunidade de um encontro de troca genética. É impossível prever o caminho epidemiológico que os vírus seguirão, sendo os mutantes saqueadores que são.


OS CARTAZES E FOLDERS
EXPLICATIVOS SOBRE
O CORONAVÍRUS










BAIXE AQUI O DOCUMENTO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE INFECTOLOGIA - SBI










FONTES:

2 - OMS

3 - SBI




7 - ANS
















REDAÇÃO E IMAGENS: DIVISÃO DE COMUNICAÇÃO DESTE BLOG


















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