A segunda dose da vacina contra o HPV (papiloma vírus humano)
começa a ser aplicada nesta segunda-feira (1º de setembro)
em meninas de 11 a 13 anos.
A vacinação será feita nos postos de saúde e em escolas públicas e particulares que mostrarem interesse em imunizar suas alunas. A primeira dose foi aplicada em março deste ano.
Na primeira fase da vacinação contra o HPV (Papiloma Vírus Humano), que começou em 10 de março, 87,3% do público-alvo recebeu a primeira dose da imunização. Segundo o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, todos os estados brasileiros superaram a meta de 80%. — Mesmo não sendo uma campanha de vacinação, conseguimos em três meses vacinar 87,3% das adolescentes e até o final desta ação esperamos superar os 90% do público-alvo.
Por que a infecção pelo HPV preocupa?
É a DST mais frequente, cerca de 50% da população sexualmente ativa vai entrar em contato com o HPV em algum momento da vida.
No mundo todo acredita-se que aproximadamente 30milhões de pessoas tenham verrugas ocasionadas por HPV, aproximadamente 10 milhões de mulheres tenham lesões intra epiteliais de alto grau no colo uterino e 500 mil casos de câncer do colo uterino.
O INCA (Instituto Nacional do Câncer) informa a ocorrência de 18.000 casos novos de câncer do colo uterino no Brasil a cada ano, e que aproximadamente 4.000 mulheres morem de câncer do colo uterino no Brasil.
Em 2014, o Sistema Único de Saúde (SUS) lançou uma campanha nacional para imunizar meninas de 11 a 13 anos contra o HPV. A vacina aplicada no Brasil é a quadrivalente, recomendada pela Organização Mundial da Saúde, com eficácia de 98%, protegendo o indivíduo dos tipos 6, 11, 16 e 18 da doença.
Ela foi desenvolvida sem nenhuma parte do HPV, sintetizada em laboratório de maneira que seja semelhante à cápsula do vírus, mas sem o núcleo do agente, parte que permite a replicação. Dessa forma, após receber a vacina, o organismo será estimulado a produzir anticorpos específicos para cada tipo de HPV, que farão o papel de inativá-lo, impedindo a sua instalação e multiplicação.
O Ministério da Saúde recomenda que a adolescente seja submetida a três doses da vacina, sendo a segunda seis meses depois da primeira, e a terceira, cinco anos após a primeira dose.
Apesar de haver mais de uma centena de tipos de HPV, a maioria das infecções é causada por quatro variantes. As 16 e 18 (consideradas de alto risco) são responsáveis por 70% dos casos de câncer de colo de útero. Já os tipos 6 e 11, respondem por 90% das verrugas genitais (de baixo risco).
Diversos estudos, que monitoraram milhares de pessoas vacinadas na Austrália, Europa e América do Norte, excluíram a ocorrência de eventos adversos graves ou permanentes. Existem relatos de casos de dor e de desmaio, o que não é preocupante e não inviabiliza a vacinação, já que os benefícios superam essas reações. Além disso, os estudos apontaram também que tanto as pessoas que receberam as vacinas como as que receberam os placebos utilizados nos grupos de controles apresentavam os mesmos sintomas.
É preciso entender que a vacinação é uma ação preventiva. Ela vai proteger dos tipos de HPV (6, 11, 16 e 18) com os quais a pessoa ainda não entrou em contato. Geralmente, as verrugas são ocasionadas pelos tipos menos oncogênicos. Dessa forma, mesmo que a pessoa já teve verrugas vaginais poderá se beneficiar da vacina para protegê-la dos tipos mais oncogênicos, se ela ainda não entrou em contato com esses agentes. Os homens não foram contemplados na campanha por uma decisão política de custo-benefício, mas podem se favorecer da vacinação, já que o HPV está associado também ao câncer de ânus, orofaringe e pênis.
Nenhum comentário:
Postar um comentário