28 DE JULHO
Brasília - Como parte das ações que marcam o Dia Mundial de Combate às Hepatites Virais, o Ministério da Saúde pretende fazer 170 mil testes para hepatites B e C até a próxima sexta-feira (2). Com o slogan “Hepatites virais: sem perceber, você pode ter”, a campanha também quer intensificar a vacinação contra a hepatite B, já disponível pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
O governo anunciou a ampliação do público que pode receber a vacina contra a hepatite B gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Antes a idade limite era 29 anos, essa semana passou a ser 49 anos. Em 2012, mais de 15 milhões de pessoas foram imunizadas contra a hepatite B. A população deve se informar na Secretaria de Saúde dos municípios onde estão sendo feitos os testes e as imunizações.
A estimativa do Ministério da Saúde é que 800 mil pessoas estejam infectadas pelo vírus da hepatite B e 1,5 milhão de pessoas pela hepatite C. A hepatite, doença que atinge o fígado, pode ser causada por vírus, pelo uso de alguns remédios, pelo consumo de álcool e por doenças autoimunes, metabólicas e genéticas. Os cinco principais tipos (A, B, C, D e E) são causados por vírus que podem passar de uma pessoa para outra.
Nem sempre há sintomas, mas os especialistas alertam que cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras podem ser sinais da doença.
Pelos dados oficiais da Organização Mundial de Saúde, 1,4 milhão de pessoas morrem por ano em decorrência das diversas formas de hepatite. Apenas 37% dos 126 países analisados pela organização dispõem de estratégias para prevenção e tratamento. O Ministério da Saúde informa que, no Brasil, as hepatites virais mais comuns são as causadas pelos vírus A, B e C.
No Brasil, atualmente, existem vacinas para a prevenção das hepatites A e B. O Ministério da Saúde oferece vacina contra a hepatite B nos postos de saúde do SUS e contra a hepatite A nos centros de Referência de Imunobiológicos Especiais. Não há vacina contra a hepatite C.
O Dia Mundial de Combate à Hepatite, estabelecido pela Organização Mundial de Saúde no dia 28 de julho, motivou o Brasil a desenvolver ações de prevenção contra a doença. Uma importante mobilização está sendo feita pela Vigilância Sanitária para evitar o contágio de pessoas pelos vírus da Hepatite B e C através de equipamentos de uso coletivo.
Um dos maiores fatores de risco, as atividades de manicure, está na mira da Vigilância, que fará uma capacitação para os profissionais da área no próximo dia 29 de julho. Com o tema "Meu salão livre da hepatite", a capacitação objetiva informar aos profissionais autônomos e de salões de beleza as práticas recomendáveis para se evitar o contágio de doenças transmissíveis por materiais como alicates de unhas, espátulas e palitos.
Segundo a coordenadora da Vigilância Sanitária, Gisoneida Ribeiro, muitas manicures já utilizam material descartável e separam os materiais utilizados por cada cliente. "Precisamos estimular essa prática de cada cliente ter o seu material para não haver risco de contágios", explica. Ela lembra que, além das hepatites virais, o contato com sangue de outra pessoa pode transmitir também outras doenças infecciosas como as DST e Aids. "A prevenção é realmente necessária", apontou Gisoneida.
As hepatites virais A, B, C, D e E podem causar infecção e inflamação aguda e/ou crônica do fígado e podem levar a cirrose e ao câncer de fígado. Em grande parte dos casos, as hepatites virais são doenças silenciosas, o que reforça a necessidade de ir ao médico regularmente e fazer os exames de rotina que detectam os vários tipos.
Geralmente, quando os sintomas aparecem a doença já está em estágio mais avançado. E os mais comuns são: febre, fraqueza, mal-estar, dor abdominal, enjoo/náuseas, vômitos, perda de apetite, urina escura (cor de café), icterícia (olhos e pele amarelados). Estes vírus são uma ameaça e estima-se que 350 milhões de pessoas estejam infectadas com hepatite B crônica e 170 milhões de pessoas com hepatite C crônica.
Secretaria de Saúde do Recife implanta
teste rápido de hepatites B e C
na rotina de serviços do município
Na véspera do Dia Mundial de Combate às Hepatites Virais, a população recifense foi acolhida durante a manhã e tarde desta sexta-feira (27) numa mobilização que marcou o anúncio da implantação da testagem rápida de identificação das hepatites B e C na rede municipal. O exame, antes disponibilizado apenas em eventos específicos, agora será oferecido de segunda a sexta no Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA), instalado na Policlínica Gouveia de Barros, na Boa Vista. O evento promovido pela Prefeitura do Recife contou com o apoio do Naphe (Núcleo de Apoio aos Portadores de Hepatites Virais) e da Universidade de Pernambuco (UPE).
Na entrada da unidade, arte-educadores da Secretaria Municipal de Saúde e a mascote Camisildo convidavam os passantes a participar da iniciativa. Além de ter acesso ao exame, os usuários interessados em proteger a saúde contra a doença aprendiam um pouco mais sobre prevenção e tinham acesso a itens como preservativos e sachês de gel lubrificante. Fez sucesso entre o público o cordel Como não amarelar?, um trocadilho em referência à cor que costuma ser sintoma da enfermidade. A expectativa era que cerca de 150 pessoas fossem atendidas ao longo da abordagem.
Coordenador municipal de DST, Aids e Hepatites Virais, Acioli Neto apontou a importância do evento. “É o lançamento de uma ação que servirá para promover a saúde entre os recifenses. Teremos condições de antecipar o diagnóstico de uma doença silenciosa, que pode levar a óbito. Quanto antes for identificada a doença, mais rápido será o início do tratamento, evitando complicações e aumentando a possibilidade de cura”, comentou.
Acioli lembrou ainda a disponibilidade da imunização contra a hepatite B nas unidades da rede municipal. “Qualquer pessoa com até 29 anos de idade pode ter acesso a essa vacina, principalmente se for de algum grupo de risco, como trabalhadores da área de saúde, profissionais do sexo, homossexuais, tatuadores e caminhoneiros, entre outros. Ela deve ser tomada em três doses”, ressaltou.
O enfermeiro militar aposentado Givanildo Ramos soube da campanha e correu para participar da testagem rápida. “É um exame simples, que não dói. Não custa nada tirar um tempo do dia para dar atenção à nossa saúde. Todos, em qualquer idade, devem ter esse pensamento”, disse.
A testagem rápida consiste em apenas um furo indolor no dedo. O resultado sai no período de 15 minutos a uma hora. Os casos positivos da enfermidade serão encaminhados para tratamento em unidades de referência na capital pernambucana. Segundo o Ministério da Saúde, cerca de 1,5 milhão de pessoas estão infectadas pela hepatite C. Esse tipo do vírus é responsável por 70% das hepatites crônicas, 40% dos casos de cirrose e 60% dos cânceres primários de fígado.
Mobilização marcou o anúncio da implantação
da testagem rápida de identificação das hepatites B e C
na rede municipal. Foto: Clóvis Tomaz
Fotos: Arq.FELIXFILMES
(Fonte: Ministério da Saúde)
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