A ansiedade social é um transtorno psicológico
que coloca em causa
a funcionalidade de vida da pessoa.
Por natureza somos seres sociais, necessitamos de pertencer a grupos, interagir, comunicarmo-nos, partilhar experiências e ideias. A ansiedade social coloca em causa toda a capacidade de expressão da pessoa, inibe a sua movimentação, aumenta-lhe a dúvida sobre as suas capacidades, retira-lhe coragem. Lidar com a ansiedade social pode ser desesperante, e para algumas pessoas, é um caminho direto para a depressão. Num estudo, o investigador Dr. Murray Stein e seus colegas descobriram que 35% dos indivíduos com transtorno de ansiedade social tinham experimentado pelo menos um episódio depressivo maior. Os sintomas podem incluir mau humor, diminuição do interesse ou prazer nas atividades diárias, sono e problemas de apetite, fadiga, diminuição da concentração e sentimentos de inutilidade. A ansiedade social torna grande parte das interações com as outras pessoas um tortura. Viver num estado constante de medo e preocupação acerca do seu comportamento em situações sociais é extremamente frustrante, podendo acrescer o fato da pessoa ficar deprimida e aumentarem os sentimentos de desesperança com a vida e com a sua situação ansiosa.
Em seguida alguns comportamentos que contribuem para o desenvolvimento da ansiedade social e o que pode ser feito para diminui-los ou extingui-los:
1. POUCO CONTATO COM PESSOAS
Todos nós necessitamos de uma certa quantidade de interação social para nos sentirmos felizes e contentes (mesmo os introvertidos). Se você não tiver contato suficiente com pessoas, é natural que se sinta triste, solitário e até mesmo deprimido. Mesmo que você fique ansioso junto de determinadas pessoas, tente perceber o que está na causa desse receio. Não faça uma associação direta com as pessoas, mas tente perceber qual o motivo. Tem receio de não ter assunto? Acha que não tem nada de interessante para conversar? Fica com rubor na cara? Julga que as pessoas vão perceber a sua agitação e nervosismo? Esses receios até podem ser justificativos, mas na verdade, nada têm a ver com receio das pessoas. Tem sim a ver com a ausência de uma determinada habilidade, ou a presença de uma crença negativa acerca de si mesmo, ou incapacidade de regular os sintomas físicos da ansiedade, como por exemplo a sudação ou o batimento cardíaco acelerado.
É importante que invista no desenvolvimento de estratégias para melhorar os seus incómodos e aquilo que não consegue controlar, mas não deixar de interagir com as pessoas.
2. EVITAMENTO
Se você evitar uma grande variedade de situações sociais, a sua vida torna-se cada vez mais restritiva, podendo contribuir para o desenvolvimento de outros problemas pessoais ou emocionais. O comportamento de evitamento, numa primeira fase pode resolver-lhe o seu problema relacionado com os sintomas incómodos da ansiedade, mas complica a sua vida pessoal porque você deixa de realizar determinadas tarefas fundamentais. Não fuja daquilo que tem de realizar, esforce-se por aprender a lidar com os seus incómodos. Certifique-se que inclui algumas coisas divertidas na sua vida que não provoquem ansiedade. Como por exemplo, desenhar, ler, ouvir música, passear, ir à praia.
3. AUTOCULPABILIZAÇÃO E AUTOCRÍTICA NEGATIVA
Talvez você se culpe pelo seu problema de ansiedade social. Nada poderia ser mais prejudicial. É importante lembrar que ninguém escolhe ter transtorno de ansiedade social. Esta é uma condição que merece atenção e tratamento cuidadoso. Punir a si mesmo é uma estratégia inútil, que o mantém preso no seu problema. Em vez disso, opte pela autoaceitação e autocompaixão. Eventualmente numa primeira fase talvez você se tenha esforçado por resolver o seu problema e, não foi bem sucedido. Numa fase posterior pode ter-se voltado contra você mesmo e começar a denegrir-se ou a tecer comentários autodepreciativos. Certamente essa autocrítica negativa só tende a aumentar o seu problema. Se é o seu caso, deixe de ser ruim para si mesmo. Pare com esse comportamento destrutivo. Contrarie essa tendência e passe a ser o seu principal aliado.
4. INATIVIDADE
A pouca interação social pode conduzi-lo a um ciclo vicioso de humor diminuído, contribuindo para o desenvolvimento da depressão, que por sua vez se reflete na diminuição do prazer nas atividades que anteriormente gostava. Quanto menos ativo você for, mais estará a contribuir para o aparecimento da depressão. Se você está tendo dificuldade em sair deste ciclo, proponha-se a uma programação diária que contemple um determinado período de atividade que envolva sair à rua e contatar com pessoas, em seguida, cumpra isso. Vai parecer muito difícil no início, mas é extremamente útil. Programe alguns passeios ao redor do seu bairro ou em algum parque nas proximidades. O exercício físico é um excelente antídoto para a depressão.
5. MINIMIZAÇÃO
Certifique-se de que você está dando a si mesmo o crédito para as suas realizações, por menores que possam parecer. A maneira eficaz de mudar o comportamento é através do processo de passo a passo. Se você tem dificuldade em reconhecer tudo o que fez, faça uma lista das suas realizações / progresso. Consulte a lista sempre que você começar a concentrar-se exclusivamente nas suas falhas ou naquilo que não consegue fazer. É importante que ganhe consciência se desenvolveu um filtro opaco para os seus bons desempenhos. Não minimize os seus esforços, tarefas bem concretizadas ou mesmo os pequenos sucessos.
6. FATORES SUBJACENTES COMUNS
É possível que a ansiedade social e a depressão compartilhem alguns fatores subjacentes comuns. Você pode estar vulnerável a ambos os tipos de problemas, pela mesma razão, quer seja por aprendizagens ineficazes de lidar com situações frustrantes e stressantes, ou por fatores ambientais que influenciam o desenvolvimento de ambos os transtornos. Será benéfico verificar se apresenta algumas distorções do pensamento que possam estar a dificultar a sua melhoria. Para facilitar esse processo, leia: Distorções do pensamento, saiba porque causam problemas e como as mudar.
7. DESESPERANÇA
Pode ecoar na sua cabeça a seguinte crença negativa: “Eu sei que nunca vou ficar melhor.” Este pensamento frequentemente aparece na mente das pessoas que enfrentam problemas de ansiedade e depressão. Mas isso não passa de uma crença irrealista. Claro que a melhoria é possível. Claro que existem formas, técnicas e terapias altamente eficazes que contribuem para a resolução dos transtornos psicológicos. Existem muitas histórias de pessoas que obtiveram sucesso (há algumas aqui no blog) e que recuperam a esperança. E acredite, com a sua dedicação e querer certamente encontrará o caminho da melhoria.
Resumo do livro: MOTIVAÇÃO
Fotos: Arq.Felixfilmes
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