segunda-feira, 16 de setembro de 2013

AUTOCRÍTICA NEGATIVA: QUAL O SEU TIPO?

ABANDONE A NEGATIVIDADE:
ACABE COM O DIÁLOGO AUTO-CRÍTICO


       A capacidade de avaliarmos o nosso comportamento é uma ótima ferramenta para nos desenvolvermos e igualmente para nos tornarmos mais assertivos. Mas quando o resultado dessas autoavaliações se viram contra nós mesmos, quando isso passa a sabotar quem somos, quando mina os nossos sonhos e aquilo a que nos propomos, perde o seu valor adaptativo e prejudica-nos. A autocrítica negativa pode estar enraizada em problemas emocionais plantados em acontecimentos que nos frustraram, em traumas, em medos, em angústias e, até mesmo nas expetativas do futuro. Essa crítica interna negativa que transporta uma elevada carga emocional, pode fazer alguns danos sérios.

    No entanto, se conseguirmos deixar de perpetuar essa autocrítica negativa e olhá-la como um tipo de informação que nos alerta acerca de alguns problemas que necessitam de ser resolvidos ou melhorados em algumas áreas da nossa vida, podemos conseguir sair beneficiados. É como uma chamada de atenção (um sistema de proteção) que se traduz numa crítica direta a nós mesmos. Só que o resultado final, por vezes, transforma-se numa punição por não estarmos a corresponder às nossas próprias expetativas.

    Importa tentar perceber qual o conteúdo da informação que esse tipo de autocrítica expressa, e de que forma se revela. Os investigadores e psicoterapeutas Bonnie Weiss, LCSW e Jay Earley, identificaram sete tipos de autocrítica. A maioria de nós realmente apresenta várias expressões dessa autocrítica que aparentemente nos tenta proteger, mas que, maioritariamente nos prejudica a vida.

     Apresentamos sete tipos de expressões autocríticas que podem estar a prejudicar a sua vida:
          

PERFECCIONISMO

     Você é impelido a fazer as coisas de forma perfeita. Você vai construindo elevados padrões de comportamento, desempenho e produção. Torna-se rígido consigo e com os outros, querendo sempre que tudo se realize na perfeição. Desenvolve um pensamento de tudo ou nada. Quando alguma das coisas que faz não está de acordo com os seus padrões de realização, interpreta como um fracasso e critica-se duramente.

      Na base desta autocrítica negativa acerca de alguns dos seus desempenhos, pode estar uma educação demasiado rígida, em que não eram admitidas falhas, fracassos e erros. Provavelmente você pode ter sido tremendamente criticado acerca das suas realizações. E com isso poderá ter construído a ideia que só seria uma pessoa de valor se fizesse tudo na perfeição.



HIPERESFORÇADO NAS TAREFAS 

      Você construiu a ideia de ter de trabalhar duro ou ser muito disciplinado, a fim de ser bem sucedido ou para evitar ser medíocre. Na sua base este conceito até pode ser considerado de enorme valor. Tudo depende de como você é ou não é capaz de relativizá-lo. Por vezes, o resultado desta forma de pensar acerca da realização das suas tarefas, pode conduzi-lo ao sentimento de inferioridade. Ou seja, se você tem de se esforçar muito mais que os outros e mesmos assim por vezes fica aquém deles, é porque você é pior que os outros. Ser-se esforçado é algo que deveremos valorizar, mas não necessariamente se isso equivale a sermos inferiores aos outros.

 

 AUTOSABOTAGEM

    Você pode sabotar a sua autoconfiança e autoestima para evitar correr riscos, ou para não ser alvo da falha ou do fracasso. Você também poderá ter medo do sucesso ou de vir a conquistar algum poder, por não saber lidar com isso ou por temer os problemas associados.

           


AUTOCONTROLADOR

        Tenta controlar o seu comportamento impulsivo que pode não ser bom para você ou para as outras pessoas, ou pode até ser perigoso. Numa primeira análise, caso você tenha impulsos que possam ser considerados prejudiciais, a estratégia de autocontrolar-se pode parecer eficaz. O problema surge sempre que você não é capaz e com isso critica-se duramente, criando feridas emocionais a você mesmo. O autocontrolo e autovigilância pode criar a ideia de que você é alguém perigoso, desadequado ou explosivo. Uma estratégia mais saudável é resolver o problema na raiz, aprendendo formas mais adequadas de agir perante os seus gatilhos emocionais.


PROMOTOR DA AUTOCULPABILIZAÇÃO

      Volta-se contra si mesmo com base em alguma ação específica que tomou ou não tomou no passado, ou pela repetição do comportamento que tem sido prejudicial para os outros ou que viole um valor profundamente enraizado. O sentimento de culpa sem uma estratégia para diminuir ou eliminar a probabilidade de algo idêntico voltar a acontecer é contraproducente.
MODELAGEM

   Você segue um modelo de referência, provavelmente incutido pela educação, familiares, sociedade, cultura. Nada disto seria prejudicial se não fizesse com que você em determinadas situações da sua vida verbalizasse: “Eu deveria ser assim” ou ” Eu não poderia ter tomado esta decisão” ou “Eu tenho de conseguir ou então não tenho valor ” ou “Se penso desta forma é porque…”

   Os medos que emergem da modelagem tentam evitar que o seu espírito livre se comporte de uma forma supostamente inaceitável. Esses medos impedem que você expresse o seu verdadeiro eu, objetivos e desejos, castrando a sua individualidade e forma de olhar o mundo.

           

AUTODESTRUIDOR

     Você ataca a sua autoestima, ataca o seu valor pessoal, eventualmente minimiza as suas competências e habilidades. Envergonha-se profundamente. Acredita que não deveria existir. Certamente essa noção está enraizada numa crença irrealista acerca de você mesmo. Questione-se acerca do que poderá ter contribuído para você pensar dessa forma. E se esse tipo de pensamentos o tem ajudado a sentir-se melhor, ou se pelo contrário o tem vindo a prejudicar.

   


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Fotos: Arq.Felixfilmes



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